O afeto é uma necessidade básica. Todos precisamos de afeto para sermos felizes e os bebés não são exceção. No entanto, é comum as mães e os pais de primeira viagem serem acusados de dar colo a mais e mimo em demasia.
Mas será que o afeto pode alguma vez ser demasiado? Haverá limite para o colo que podemos dar ao nosso bebé?
Qual é o pai ou mãe que nunca ouviu os seguintes palpites: “não lhe pegues tanto ao colo que vais habituá-lo mal”; “estás a criar maus vícios ao teu bebé”; “estás a dar mimo a mais ao bebé”. Possivelmente nenhum ou muito poucos.
Os pais são frequentemente confrontados com palpites alheios acerca da melhor forma de educar os seus filhos. Frequentemente, esses palpites contrariam os seus instintos enquanto pais e fazem-nos sentir culpados, angustiados e cheios de dúvidas.
A importância do toque e do afeto no desenvolvimento infantil
O toque contribui para o bem-estar físico, social e emocional do bebé, desde que este está na barriga da mãe, contribuindo de forma positiva para o seu desenvolvimento. Através do toque são estabelecidos e reforçados os laços entre pais e bebé, promovendo uma vinculação saudável e duradoura.
O toque é um dos estímulos que os bebés mais apreciam, na medida em que o contacto e a proximidade física proporcionam sentimentos de bem-estar e segurança. É a primeira linguagem que o bebé está capaz de entender e o toque dos pais é o mais especial de todos e é aquele que mais contribui para um ótimo desenvolvimento emocional e físico.
O afeto chega ao bebé através da massagem, das carícias, do colo e do abraço. Através do contacto físico o bebé sente que as suas necessidades são compreendidas e atendidas, sentindo-se mais seguro e feliz. Por isso mesmo, são vários os especialistas que defendem que mimo e colo a mais não existe, sobretudo nos primeiros tempos de vida.
Mimo e colo a mais: existirá dose certa?
Como vimos, a necessidade de afeto e de toque físico persiste ao longo de toda a nossa vida, no entanto, nos primeiros tempos de vida é ainda mais crucial.
É essencial que as crianças se sintam amadas e acarinhadas, dado que só assim conseguem crescer felizes e seguras. Assim sendo, o mimo e o afeto nunca são demais, seja através do colo, do beijo ou de intensos momentos de brincadeira.
Naturalmente, a educação e o afeto devem ser acompanhados de regras, ou seja, não é o mimo ou o colo a mais que provocam danos ao desenvolvimento do seu bebé, mas antes a falta de regras. São as regras que asseguram o funcionamento ordenado do mundo da criança, levando-as a sentir-se mais seguras, autoconfiantes e felizes.
Mais ainda, apesar dos pais poderem e deverem segurar os seus bebés ao colo, contar histórias de encantar, cantar para adormecer, dar beijos e abraços prolongados, devem também estimular a sua autonomia à medida que a idade da criança vai avançando.
A autonomia, as regras, os limites e as responsabilidades são conceitos com os quais a criança deve estar familiarizada desde cedo. Em suma, o mimo, o colo e o afeto não são de mais, desde que tal não implique a total ausência de regras bem definidas. É a combinação de afeto e regras claras que cria crianças felizes, confiantes e saudáveis.
Como conclusão…
Há que assumir, os palpites alheios são impossíveis de evitar, podem surgir de quem menos esperamos e nem sempre são agradáveis de ouvir. Algumas das falhas mais apontadas por terceiros aos pais consistem no facto de estarem a dar colo a mais ou mimo a mais ao seu bebé, referindo que o mimo estraga as crianças.
É importante que os pais e as mães de primeira viagem não se esqueçam do essencial: a felicidade do bebé e a felicidade da família. Para tal, há que combinar muito amor, imposição de regras e limites, tendo sempre presente que não há fórmulas perfeitas, famílias perfeitas ou bebés perfeitos.