Share the post "Colite Isquémica: em que consiste, quais os sintomas e tratamentos"
A colite isquémica é a forma mais comum de lesão isquémica do sistema gastrointestinal, variando de formas ligeiras maioritariamente reversíveis até lesões severas, algumas irreversíveis.
Esta variante da doença colite, é provocada devido à redução temporária do suprimento do fluxo sanguíneo do colón, com hipoperfusão local e hipóxia (baixo nível de oxigénio) tecidular.
Esta patologia é considerada uma condição grave com alto índice de mortalidade, devido à doença em si e à idade mais avançada dos doentes, que geralmente apresentam mais patologias associadas, bem como se associa este elevado índice de mortalidade, a diagnóstico tardio desta patologia, bem como a tratamentos inadequados.
Colite isquémica: prevalência
Independentemente da sua etiologia, esta forma de colite é frequentemente associada à população idosa (pessoas com mais de 60 anos de idade) com múltiplas comorbilidades, com aterosclerose causada por finos vasos e, também se verifica em adultos jovens sem fatores predisponentes óbvios.
Colite isquémica: factores de risco
Existem diversos factores de risco associados a esta patologia:
- Idade superior a 65 anos;
- Sexo feminino;
- Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC);
- Hipertensão arterial (HTA);
- Diabetes mellitus tipo II;
- Dislipidemia;
- Arritmia cardíaca nomeadamente fibrilhação auricular;
- Doença coronária;
- Insuficiência cardíaca;
- Obstipação crónica;
- Insuficiência renal;
- A toma de alguns fármacos estão associados a colite isquémica, como por exemplo, a aspirina e os digitálicos.
Colite isquémica: sintomatologia
Na sua vertente aguda verifica-se, frequentemente, o aparecimento dos seguintes sintomas, que podem ser transitórios:
- Dor no quadrante inferior esquerdo, tem uma distribuição normalmente segmentar, sendo que afeta mais o cólon esquerdo em relação ao cólon direito, 80% e 20% respetivamente;
- Obstipação intercalada com diarreia;
- Vómitos;
- Hematoquézias (presença de sangue vivo nas fezes), sendo um sinal típido de sangramento digestivo baixo;
No caso de uma colite isquémica severa:
- Sinais sistémicos de sépsis ou infeção generalizada do sangue, manifestada frequentemente por: febre, taquicardia (batimentos cardíacos > 100 bpm), hipotensão arterial, confusão mental e diminuição da frequência respiratória;
- Sinais de dificuldade respiratória;
- Irritação peritoneal.
Colite isquémica: diagnóstico
O diagnóstico geralmente começa com um exame físico pormenorizado e análise ao histórico médico do doente.
Em seguida, o médico poderá solicitar a realização de análises ao sangue, urina e fezes, bem como a realização de exames de imagem, como colonoscopia e tomografia computadorizada (TAC).
Colite isquémica: tratamento
O tratamento desta patologia é de suporte, através da:
- Administração de líquidos intravenosos;
- Pausa alimentar para proporcionar um repouso intestinal;
- Administração de antibióticos;
- A cirurgia quase nunca é necessária, a menos que exista necrose ou quando surgem estenoses no local de isquemia.
Aproximadamente, cerca de 5% dos doentes apresentam novos episódios de colite isquémica.
Colite isquémica: consequências
Atualmente, devido a uma evolução constante dos conhecimentos científicos na área da saúde e devido a uma tendência mais rotineira na realização de exames endoscópicos, as complicações mais graves associadas a esta doença são frequentemente evitadas, conseguindo-se fazer um diagnóstico mais precoce.
Uma colite não for tratada, pode evoluir para complicações de saúde mais graves, tais como:
- Hemorragia;
- Perfuração do cólon;
- Megacólon tóxico;
- Lesão (ulceração);
- Necrose (morte dos tecidos), no entanto apenas ocasionalmente ocorre necrose de toda a parede do cólon, sendo necessário recorrer a cirurgia.
Colite isquémica: prevenção
A prevenção também depende da causa específica da colite. Em geral, uma boa alimentação e a prática de hábitos de vida saudáveis ajudam a prevenir doenças gastrointestinais.