Farmacêutica Cátia Rocha
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16 Fev, 2018 - 16:13

Sente dor há mais de três meses? Saiba que pode ter dor crónica

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Dependendo da duração a dor pode ser classificada em aguda ou crónica. Saiba como distinguir os diferentes tipos de dor e comunicá-la ao seu médico.

Sente dor há mais de três meses? Saiba que pode ter dor crónica

A dor é um sintoma que acompanha, de forma transversal, a generalidade das doenças que requerem cuidados de saúde. Nesse contexto, a dor pode ser um sinal de aviso para uma lesão, desempenhando um papel de preservação e de recuperação das funções normais do organismo. No entanto, nem sempre é assim. A dor também pode ser sentida depois de a lesão estar tratada, como é o caso da dor crónica.

A dor também tem muitas faces. Pode ser pulsátil, contínua, cortante, difusa, perfurante. A diferenciação dos vários tipos de dor é crucial para o sucesso do tratamento, uma vez que oferece pistas sobre a causa da dor e o local de origem.

O controlo eficaz da dor é um dever dos profissionais de saúde e um direito dos doentes. Em Portugal, a dor crónica afeta cerca de 37% dos adultos, sendo que os custos anuais com esta doença ascendem aos 4.600 milhões de euros.

Saiba mais sobre os diferentes tipos de dor no site dor.com.pt, onde também encontra um Código Visual da Dor, que facilita a comunicação com o seu médico.

CLASSIFICAÇÃO DA DOR: DOR AGUDA

classificacao da dor e senhor com graves cefaleias

A dor aguda é a resposta fisiológica normal e previsível a um estímulo prejudicial (nocivo). Pode ser claramente localizada e a sua intensidade correlaciona-se com o estímulo. Em contraste com a dor crónica, é de duração limitada e diminui com o fim da lesão ou com o tratamento.

Tem também uma função protetora e de alerta – indica que existem lesões e previne lesões adicionais, pois desencadeia reações de evitação.

É possível tolerar a dor aguda até um certo ponto, no entanto, quando tratada inadequadamente, a dor aguda torna-se um fator de risco para complicações médicas graves e para o desenvolvimento de dor crónica. Assim, embora a dor aguda seja útil em muitas circunstâncias, esta deve ser combatida de forma a não se perpetuar.

Além disso, existe um tipo de dor aguda que é provocada pela própria intervenção médica – dor aguda pós-operatória – em procedimentos de diagnóstico ou nas terapêuticas cirúrgicas . Neste caso, é fundamental controlar a dor, não só por razões éticas de forma a evitar o sofrimento desnecessário, como também para reduzir o risco de complicações pós-operatórias e, simultaneamente, reduzir o tempo de internamento dos doentes.

Alguns exemplos de dor aguda são:

  • Dor pós-operatória;
  • Cefaleia aguda;
  • Dor menstrual;
  • Traumatismo causado por esforço excessivo;
  • Queimaduras;
  • Fraturas;
  • Artrite;
  • Dor de dentes.

CLASSIFICAÇÃO DA DOR: DOR CRÓNICA

mulher com dores musculares constantes

Em contraste com a dor aguda, a dor crónica foi desprovida da sua função protetora e de alerta, tornando-se um problema de saúde tanto a nível pessoal como a uma escala pública.

A qualidade de vida do doente pode ser tremendamente afetada se a dor crónica não for tratada de forma adequada. Além de sofrer constantemente por causa da dor, o doente pode ter perturbações no sono, redução da mobilidade ou desenvolver um quadro de depressão.

Torna-se, de facto, uma doença incapacitante e com sérias consequências. Um em cada cinco doentes com dor crónica foi diagnosticado com depressão em consequência da sua dor e até 50% dos doentes com dor crónica referiram uma capacidade reduzida para manter relacionamentos familiares e relações sexuais.

Impacto financeiro da dor crónica

A dor crónica é uma das formas de sofrimento de mais elevado custo nos países industrializados. Em toda a Europa, a dor crónica representa aproximadamente 500 milhões de dias de trabalho perdidos em cada ano, custando à economia europeia cerca de 34 mil milhões de euros. Um em cada 5 doentes com dor crónica perdeu um emprego em consequência da sua dor.

Conheça mais dicas para controlar a dor e sentir-se melhor.

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