Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
02 Jan, 2017 - 15:27

Causas de Parkinson: tudo o que precisa de saber

Mónica Carvalho

É uma doença crónica que afeta o sistema motor. As causas de Parkinson continuam quase um mistério, mas revelamos algumas neste artigo. Fique atento.

Causas de Parkinson: tudo o que precisa de saber

As causas de Parkinson podem ainda não ser totalmente reconhecidas, contudo há pequenos sinais a que podemos estar atentos no sentido de detetar precocemente a doença que provoca tremores, rigidez, lentificação dos movimentos corporais, instabilidade postural e alterações da marcha.

O cérebro não é responsável apenas pelos pensamentos e raciocínios, mas sim por todos os movimentos que fazemos, desde um simples piscar de olhos até ao ato de andar. Tudo isto tem origem em ordens provenientes do sistema nervoso central, que, através de neurotransmissores, chegam ao seu destino final: os músculos.

Os neurónios dopaminérgicos são um grupo de células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor que age no controlo dos movimentos, mesmo em actividades tão triviais como beber água, respirar, piscar os olhos.

O que a doença de Parkinson faz é destruir estes neurónios, provocando uma escassez de dopamina no sistema nervoso central e, consequentemente, a um distúrbio dos movimentos.

As causas de Parkinson

Até agora, as causas de Parkison não são totalmente conhecidas. Há quem defenda que tudo se deve aos chamados radicais livres, que são moléculas produzidas no nosso corpo em resultados das normais reações metabólicas, e que, eventualmente, podem provocar lesões cerebrais através de um processo denominado oxidação. Outros, acreditam que esta doença se deve ao efeito tóxico de certas drogas.

Outras provas relacionaram as causas de Parkinson com certas toxinas ambientais, nomeadamente com os pesticidas, uma vez que se encontraram taxas de incidência mais altas em áreas rurais onde as pessoas bebem água proveniente de poços. E outros não descuram a vertente genética, já que há famílias onde a taxa de prevalência da doença é elevada.

Como tal, a hipótese mais consensual neste momento é que não exista apenas uma causa para a Doença de Parkinson, mas sim várias, nas quais se reúnem fatores genéticos tóxicos e ambientais. 


Avanço na descoberta

parkinson

De acordo com a revista “Time“, uma equipa de investigadores internacionais liderada pela Califórnia Sarkis Mazmanian conseguiu, pela primeira vez, encontrar uma ligação direta entre alterações na constituição das bactérias intestinais e as causas de Parkinson. 

O estudo realizado em ratos decorreu em três etapas, destacando-se a última: quando o investigador transplantou amostras de bactérias intestinais de pessoas com Parkinson para os animais, os sintomas da doença pioraram.

Por outro lado, nos ratos que receberam amostras de pessoas sem a doença, não se verificou nenhuma alteração na doença.

A equipa de estudo concluiu, assim, que “há um perfil microbiano que é diferente no Parkinson. Essas mudanças podem estar a contribuir para a doença. Estamos longe de provar que o caso se aplique em seres humanos, mas pelo menos sabemos o que é que os dados sugerem quando feitos os testes em animais”.

Se até aqui a linha de tratamento se centrava no cérebro, agora pode também passar pelos intestinos, prevendo-se a criação de probióticos “da próxima geração”, mais sofisticados e avançados. 


Fatores de risco para a Doença de Parkinson

Apesar das causas de Parkinson ainda serem um campo de investigação em aberto, sabe-se que os sintomas só surgem quando cerca de 80% dos neurónios se encontram destruídos, ou seja, já num estado avançado.

Entretanto, alguns fatores de risco já foram identificados e podem ajudar a chegar a um diagnóstico precoce:  

  • Idade: Parkinson é uma doença tipicamente de pessoas idosas, iniciando-se normalmente por volta dos 60 anos de idade;
  • História familiar: familiares de pacientes com Parkinson têm maior risco de desenvolver a doença;
  • Sexo masculino: a doença de Parkinson é mais comum em homens que em mulheres;
  • Traumatismos cranianos: isolados ou repetitivos, como nos lutadores de boxe, podem lesar os neurónios dopaminérgicos;
  • Contato com agrotóxicos: certas substâncias químicas podem causar lesões neurológicas que levam ao aparecimento de Parkinson.

De acordo com a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, em Portugal existem cerca de 20 mil doentes. E dado o constante aumento da esperança média de vida, é provável que o número de doentes venha a aumentar com o passar dos anos.


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