Share the post "Sabia que também existem cataratas nos cães? Informe-se sobre esta patologia"
As cataratas nos cães definem-se como uma opacificação das fibras e/ou da cápsula do cristalino, e pode ter variadas causas. O cristalino, ou lente, é uma estrutura algo gelatinosa e transparente que se encontra por detrás da íris e cuja função é permitir a passagem inalterada de luz e imagens para a retina.
O cristalino é das primeiras estruturas a ser formada aquando o desenvolvimento do olho, e está, de certa forma, protegido por duas cápsulas. Quando há algum acontecimento que compromete esta barreira, como é o caso, por exemplo, de um trauma, o conteúdo do cristalino fica exposto ao ataque do próprio sistema imunitário do animal, que identifica este conteúdo como “estranho” ao organismo.
Como acontecem as cataratas nos cães?
O cristalino tem fibras com organização própria para ser transparente. Quando essa organização deixa de ocorrer, o cristalino torna-se nublado ou opaco, impedindo a luz de alcançar a retina.
A causa mais comum de cataratas nos cães é hereditária. Na tabela seguinte poderá conhecer quais as raças de cães mais propensas a cataratas hereditárias e em que idades é comum se dar o início.
Raça | Idade de início |
Bichon Frisé | 2-6 anos |
Bichon Havanês | 2-6 anos |
Boiadeiro de Entelbucher | 1-2 anos |
Boston Terrier | à nascença, juvenil ou tardiamente |
Chesapeake Bay Retriever | 1 ano |
Cocker Spaniel Americano | 1-6 anos |
Galgo Afegão | 6-12 meses |
Golden Retriever | 6 meses ou mais |
Husky siberiano | 6 meses ou mais |
Labrador Retriever | 6 meses ou mais |
Old English Sheepdog | à nascença |
Pastor Alemão | 8 semanas ou mais |
Pastor Australiano | 2-4 anos |
Pastor Norueguês | 1 ano ou mais |
Poodle | 1 ano ou mais |
Rottweiler | 10 meses ou mais |
Schnauzer miniatura | à nascença, 6 meses ou mais |
Springer Spaniel de Gales | à nascença |
Staffordshire Bull Terrier | 6 meses ou mais |
West Highland White Terrier | à nascença |
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A segunda causa mais frequente de cataratas nos cães, neste caso já adquiridas, é a diabetes mellitus. Outras causas incluem a idade avançada, trauma, inflamação de outras estruturas oculares, má nutrição e radiação.
Sinais clínicos de cataratas nos cães
Devido à retenção no cristalino e distorção da pouca luz que chega à retina, pode haver uma perda de visão, dependendo da percentagem de opacificação presente, que varia desde ligeira até à cegueira total.
Graças às aguçadas capacidades auditivas e olfativas dos cães, assim como a uma boa memória espacial, estes conseguem muitas vezes compensar a sua perda de visão, o que torna mais difícil para os donos a deteção das cataratas numa fase inicial.
Contudo, à partida estes cães serão mais cautelosos e prudentes com os movimentos que fazem, permanecendo mais na sua zona de conforto. Apesar de não ser fácil, nalguns casos os donos conseguem percecionar alguma opacificação presente.
Diagnóstico de cataratas nos cães
O diagnóstico terá de ser feito por um médico veterinário através de um exame de oftalmoscopia (veja aqui a rede Vetecare para usufruir deste exame com desconto).
É necessário diferenciar entre cataratas e esclerose nuclear, que é uma alteração normal que ocorre no cristalino associada ao envelhecimento. Esta última é responsável por uma aparência azulada do olho, mas tipicamente não causa cegueira.
As cataratas nos cães são usualmente classificadas através da idade em que se iniciaram (congénita, juvenil ou senil), localização anatómica, causa, forma e grau de opacificação. Este último varia desde a catarata incipiente (menos de 10% de opacificação, visão geralmente intacta) até à madura (cristalino 100% envolvido). No caso de uma catarata hipermatura, há já dissolução do cristalino e inflamação de outras estruturas oculares.
Tratamento de cataratas nos cães
As cataratas que estão presentes à nascença podem reduzir em tamanho nos animais jovens à medida que o cristalino cresce, restabelecendo alguma visão.
No entanto, o único tratamento definitivo para cataratas nos cães é a remoção cirúrgica do cristalino. Contudo, antes de se prosseguir para a cirurgia, é necessário um exame oftalmológico completo de forma a certificar que não há outra patologia envolvida na perda de visão que poderá comprometer o sucesso da cirurgia, nomeadamente danos ao nível da retina.
A cirurgia deve ser realizada preferencialmente antes da total maturação da catarata para que não haja riscos de derrame de material cristalínico para as restantes estruturas do olho.
Em animais cuja a opção seja não operar, é necessária uma monitorização contínua pois podem ocorrer complicações, como é o caso do glaucoma.
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Facoemulsificação
A facoemulsificação é, atualmente, a técnica cirúrgica mais utilizada, e consiste numa sonda específica que vibra e fragmenta a catarata, sendo esta depois aspirada.
A remoção do cristalino significa que o cão permanece com um foco fixo de aproximadamente 3 metros, o que é suficiente para este ter uma vida feliz. No entanto, existem cristalinos sintéticos que podem ser implantados caso seja adequado.