A catarata é uma doença oftalmológica muito comum, provocada pela opacificação parcial ou total do cristalino. A maior parte dos casos de cataratas ocorre em pessoas mais idosas, devido a um processo degenerativo. No entanto, a partir dos 40 anos, pode ser possível observar algum grau de opacificação do cristalino. Neste caso, não está geralmente associado a sintomas.
Apesar de curável, esta doença continua a ser a principal causa de perda de visão no mundo. Estima-se que, em Portugal, aproximadamente 170 mil pessoas sofrem de cataratas, sendo que 6 em cada 10 indivíduos com idade superior a 60 anos apresenta sinais da doença.
O que são cataratas?
A catarata consiste na opacificação da lente do globo ocular, o cristalino. Por este motivo, ocorre uma diminuição da visão.
O cristalino é uma estrutura transparente do globo ocular responsável por focar as imagens. Quando a transparência do cristalino é perdido, há uma maior dificuldade da passagem da luz e consequentemente, uma diminuição da visão.
Este problema pode afetar apenas um, ou os dois olhos, podendo evoluir a diferentes ritmos em cada um. Não é uma doença contagiosa e, como tal, não é transmitida de um olho para o outro.
Quais são as causas?
Apesar de ser a mais comum, a idade não é a única causa das cataratas. Estas podem ser provocadas por outras doenças ou estar associadas a outras condições.
É um problema que pode surgir após uma cirurgia a outra doença ocular (como o glaucoma, por exemplo) ou um traumatismo.
Em alguns casos, as cataratas surgem ainda durante a gestação. Se as cataratas forem densas, existe a necessidade da sua remoção uma vez que, caso tal não aconteça, existe o risco de comprometer o desenvolvimento normal da visão durante a infância. Outro fator de risco importante para o aparecimento das cataratas é a radioterapia.
Outros fatores a considerar são também o consumo de álcool, o tabagismo, uma dieta pouco equilibrada e a exposição prolongada aos raios ultravioletas.
Como se manifestam as cataratas?
A principal manifestação desta doença ocular é a gradual redução da visão, tanto para o longe como para o perto. Nas fases precoces da doença, a perda gradual da capacidade de visão pode não ser evidente.
Ao longo do processo do desenvolvimento da catarata o cristalino vai mudando de cor, tornando-se amarelo e acastanhado. Por esta razão, a visão vai adquirindo diferentes tonalidades o que dificulta a distinção de algumas cores.
Outros sintomas que podem surgir associados a este problema são a diminuição da visão noturna, visão dupla, presença de halos em torno das luzes e necessidade de trocar constantemente a graduação dos óculos ou lentes de contacto.
Como se tratam as cataratas?
Nas fases precoces da doença existem algumas medidas simples que podem contribuir para a diminuição dos sintomas das cataratas:
- Mudar de óculos;
- Utilização de iluminação mais forte;
- Utilização de lentes anti-reflexo;
- Utilização de uma lupa para ver ao perto.
No entanto, o único tratamento definitivo para este problema ocular é a cirurgia. Neste caso, é feita a remoção da catarata e a mesma é substituída por uma lente artificial.
A cirurgia da catarata é indicada em casos em que a doença tem um impacto considerável no dia-a-dia e na qualidade de vida do indivíduo. Enquanto for possível o indivíduo manter uma vida normal, a cirurgia pode ser adiada, visto que não há urgência na realização da cirurgia.
Por outro lado, existem casos em que é necessário realizar a cirurgia com mais urgência. Casos em que a catarata não permite a realização de outros tratamento oftalmológicos ou a correta observação do fundo do globo ocular. Isto é fundamental para acompanhar devidamente indivíduos que sofram de retinopatia diabética ou degenerescência macular devido à idade.
Como referido, as cataratas de origem congénita constituem uma emergência cirúrgica e, como tal, a sua remoção urgente é crucial para que a visão se desenvolva normalmente. Quando a doença acomete os dois olhos, a cirurgia é realizada, em primeiro lugar, no olho com pior visão. O outro olho é submetido a cirurgia após 1 a 2 meses de intervalo.
A cirurgia pode ser feita através da fragmentação da catarata por ultrassons e aspiração da mesma, seguida de colocação de uma lente intra-ocular. A catarata pode ainda ser removida em bloco através de uma incisão maior. Neste caso, também é introduzida uma lente intra-ocular. Normalmente, esta cirurgia é realizada em regime de ambulatório.