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Um cão a perseguir a cauda é algo considerado normal pelos tutores, pois é uma imagem até tida como fazendo parte do comportamento normal dos cães. No entanto, se o seu cão persegue a cauda, algo de errado se pode passar com ele, e não deve deixar passar este comportamento sem o levar a uma consulta, de forma a ser avaliado.
O seu cão persegue a cauda? 9 motivos para tal
1. Dor
A dor na região da cauda ou perianal, pode fazer com que o cão persiga a cauda e a morda e lamba, pois esta é uma das formas do cão conseguir aliviar o desconforto. O que acontece, muitas vezes, é que, quanto mais o cão alcança a cauda e a morde, agrava a ferida, provocando mais dor e desconforto, tornando-se num ciclo.
Se o seu cão persegue a cauda e nunca tinha demonstrado esse comportamento antes, faça uma avaliação minuciosa da sua cauda, à procura de alguma ferida. Em caso de dúvida leve o cão a uma consulta para ser avaliado.
Mesmo sem feridas aparentes os cães podem sentir dor, uma vez que a cauda do cão, é a continuação da coluna vertebral e assim constituído por ossos (vértebras) que podem fraturar e causar dor.
Estas feridas ou qualquer situação que provoque dor deve ser avaliado pelo médico veterinário e podem ser necessários exames complementares como radiografias.
2. Ansiedade
A ansiedade nos cães pode demonstrar-se de diversas formas, sendo que uma delas, são os comportamentos estereotipados, como lamber-se excessivamente ou perseguir a cauda.
Esta situação pode ocorrer em situações específicas, em que os cães são colocados em situações de stress, como estar perante pessoas ou ambientes novos, ficarem sozinhos em casa, ou podem ser recorrente, se a ansiedade do animal também for um problema crónico.
A ansiedade nos cães é um problema comum e deve ser tratado, pois pode agravar e inclusive gerar agressividade e ter consequências físicas na saúde do animal. Aconselhe-se com o seu médico veterinário, que pode prescrever medicação ansiolítica para ajudar o animal a ficar mais calmo. Também pode ser necessário recorrer a um treinador certificado para ajudar o animal a lidar com o problema de ansiedade.
3. Tédio
Os cães precisam de ser estimulados física e mentalmente, e se tal não acontecer podem desenvolver distúrbios, como é o caso de um cão que persegue a cauda.
Se o seu cão persegue a cauda e passa muito tempo sozinho, deixe-o com brinquedos interativos, e faça jogos para que este seja estimulado mentalmente. No tempo em que estiver com o cão tente ajudá-lo a desgastar energia, brincando ou fazendo caminhadas.
4. Parasitas
Se o seu cão persegue a cauda pode estar com parasitas, como pulgas, que causam irritação e inflamação da pele, provocando prurido (comichão). O animal, nesta situação, tenta lamber e mordiscar a cauda de forma a aliviar o prurido.
Também, em casos de parasitismo intestinal, o animal pode apresentar coceira na zona perianal, podendo tentar apanhar a cauda com a boca.
Por norma, a desparasitação, quer interna ou externa, resolvem o problema e o animal deixa de demonstrar este comportamento. No entanto, deve ser sempre consultado pelo médico veterinário para perceber se esta é a causa do comportamento.
5. Problemas neurológicos
Algumas patologias neurológicas, como a epilepsia ou tumores cerebrais, podem causar alterações comportamentais em cães, como é o caso de fazerem perseguição à sua própria cauda, por vezes, chegando até mesmo a se auto-mutilar.
Para chegar ao diagnóstico destes problemas é necessário que o animal seja avaliado pelo médico veterinário que irá realizar um exame neurológico completo e podem ser necessário exames ao sangue e outros como TAC e ressonância magnética.
6. Senilidade
Os cães, com a idade, tal como acontece com as pessoas, podem apresentar alterações mentais. A síndrome de disfunção cognitiva canina é uma doença neurodegenerativa que surge em cães, a partir dos 8 anos de idade, que levam a alterações comportamentais, sendo que os sintomas são variáveis e inespecíficos.
Se o cão persegue a cauda e já tem uma idade superior a 8 anos, é possível que o seu cão esteja a sofrer desta condição e deve ser avaliado pelo médico veterinário. Não existe cura para esta doença mental, no entanto, através de alguns medicamentos é possível atrasar os sintomas.
7. Glândulas anais
Se o cão persegue a cauda o problema podem ser as glândulas anais. As glândulas anais são dois pequenos sacos que se encontram junto do ânus do cão, uma de cada lado. A sua função é auxiliar a lubrificação das fezes e também conferem a cada cão um odor diferente que é o que os distingue, daí que quando se encontram dois cães, o primeiro comportamento é cheirarem o ânus um do outro.
Estas glândulas podem, por vários motivos, impactar ou inflamar, causando desconforto e prurido, podendo, em alguns casos, se não tratadas, fistular. O cão sentindo dor, desconforto ou prurido pode tentar chegar à zona perianal, dando o aspeto de que está a perseguir a sua cauda.
8. Chamar à atenção
O cão persegue a cauda, muitas vezes para chamar à atenção do seu tutor. Isto porque quando o tutor se apercebe deste comportamento vai tentar fazer com que o cão pare.
O cão, pode começar a associar o comportamento à atenção do tutor, levando a que, de cada vez que pretende atenção, perseguir a sua cauda.
Para evitar esta situação, ignore o comportamento do cão, não o considerando relevante, e dê-lhe atenção apenas quando este parar.
9. Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
Tal como as pessoas, os cães também podem sofrer de transtornos obsessivos compulsivos, levando a determinados comportamentos repetitivos e fora do contexto, um dos quais perseguir a sua própria cauda. Em algumas situações o animal pode não conseguir mesmo de perseguir a sua cauda e chegar a magoar-se.
É importante que o tutor compreenda a razão da perseguição da cauda, pois este tipo de transtornos pode resultar em mutilações graves e é necessário remover o estímulo inicial, que provoca tal situação, que pode, por exemplo, ser, a falta de atenção.
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Tiira, K. et al. “Environmental Effects on Compulsive Tail Chasing in Dogs”. Julho 2012. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0041684