Apesar de vulgarmente chamado cancro do pulmão o termo correto é carcinoma brônquico. Este é a segunda causa de morte por doença oncológica em Portugal, sendo por isso importante conhecer esta doença e saber reconhecer os principais sintomas.
Atualmente, as suas causas são conhecidas, a forma como se desenvolve e cresce, estando também a ser estudadas novas formas de o prevenir, detetar e tratar, tendo sempre em vista a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro, durante e após o tratamento.
Por ano são detetados cerca de 1,6 milhões de casos só em Portugal, refere a Fundação Champalimaud. O cancro do pulmão mata cerca de 3500 pessoas por ano, sendo por isso a maior causa de morte oncológica nos homens e a 4ª nas mulheres.
Em que consiste o cancro do pulmão?
Quando inspiramos, os pulmões transportam para dentro o oxigénio de que as células necessitam para viver e para desempenhar as suas funções normais e, quando expiramos, os pulmões eliminam o dióxido de carbono.
As células do pulmão são as responsáveis pela constituição do tecido pulmonar. No seu estado normal estas células crescem e dividem-se em novas células e a este processo chama-se regeneração celular. Quando as células do pulmão normais envelhecem ou são danificadas, morrem naturalmente.
O que acontece em casos de cancro do pulmão é que estas células perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu DNA, tornam-se células cancerígenas. Estas células produzem-se de uma forma descontrolada, resultando na formação de um tumor.
Existem vários tipos de cancro do pulmão, que podem ter uma progressão lenta ou mais agressiva.
Quais os principais fatores de risco do cancro do pulmão?
Tal como noutros tipos de cancro, qualquer comportamento e/ou condição que aumente o risco de ter uma doença, é um fator de risco. Portanto, quanto maior o número destes, maior o risco do aparecimento de, neste caso, cancro do pulmão.
Sendo este um dos cancros mais prevalentes em todo o mundo, são evidentes os fatores de risco mais importantes. No entanto, existem casos de cancro de pulmão cujas causas não são conhecidas e que aparecem em doentes que não apresentam os seguintes fatores de risco. Cada caso é um caso, e deve ser estudado e avaliado de acordo com o paciente.
Vamos descobrir os 3 fatores de risco mais comuns neste tipo de cancro.
1. Tagabismo
Este é o principal fator de risco de cancro do pulmão. Cerca de 90% dos doentes são, ou foram durante alguma parte da vida, fumadores.
O fumo dos cigarros é cancerígeno e prejudicial para a vida da própria pessoa, mas também para todos aqueles que acabam por ser fumadores passivos.
2. Idade
Este fator de risco é comum à maior parte dos cancros, uma vez que quanto maior a idade do doente, maior o risco de contrair cancro.
A incidência em Portugal, por ano, é cerca de 200 casos por cada 100 000 habitantes, numa faixa etária entre os 70 e os 74 anos, sendo a média de idades destes doentes, 71 anos.
3. Genética
Quando existem casos de cancro do pulmão na família, pode haver uma eventual associação genética e por isto o risco de vir a sofrer de cancro do pulmão é maior.
Os principais sintomas do cancro do pulmão
Existem poucos sintomas exclusivos, sendo a maior parte comum a muitos outros cancros, o que dificulta o diagnóstico precoce deste problema. Muitas vezes, os sinais também demoram anos a desenvolver-se ou a manifestarem-se e ainda podem ser provocados por diversos outros problemas, devendo ser feito um diagnóstico preciso.
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, os principais sintomas são:
- Dor constante no peito, ombro e/ou costas;
- Falta de ar, rouquidão ou asma;
- Tosse sanguinolenta e persistente que piora com o tempo;
- Alteração da cor ou volume da expetoração;
- Pneumonia ou bronquite recorrente;
- Inchaço do pescoço e rosto;
- Perda de apetite ou de peso;
- Fadiga e fraqueza extrema.
Como é feito o tratamento para o cancro do pulmão?
O tratamento para o cancro do pulmão varia consoante o cancro em si, o doente e o estado do processo. Assim, é importante que o médico saiba o tamanho do tumor, a sua localização precisa e o estado de saúde do doente, para depois poder escolher o tratamento mais adequado. Assim, segundo o estádio em que se encontra, o tratamento vai variar entre:
- Estadio I e II: cirurgia (remoção completa do tumor e gânglios linfáticos circundantes);
- Estadio III: quimioterapia (destruição das células tumorais) e radioterapia (inibição do crescimento e divisão celular), em sequência ou em combinação;
- Estadio IV: quimioterapia associado à administração de medicação oral.
No entanto, além do tratamento à base de fármacos é muito importante que o doente adote hábitos saudáveis, alterando o seu estilo de vida, de forma a melhorar a sua qualidade de vida.
O passo mais importante nestes doentes é, sem dúvida nenhuma, deixar imediatamente de fumar, se for o caso. Quantos mais cigarros fumar, maior a gravidade do cancro bem como maior o risco de vir a ter consequências ainda mais graves. Além de deixar de fumar, deve também evitar ambientes com muito fumo, de forma a não se tornar um fumador passivo.