Share the post "Cancro do intestino: tudo o que precisa saber sobre a doença"
Em Portugal os números de cancro do intestino são preocupantes, sendo uma doença com uma incidência alta.
O cancro do intestino, um tumor maligno que tem origem nas células epiteliais do intestino grosso, podendo ser sub-dividido em dois tipos diferentes: cancro do cólon, com início no cólon e o cancro retal, que tem início no reto.
Este é uma das doenças mais frequentes em todo o mundo, estando relacionado de igual forma com o homem e com a mulher.
Na maior parte das pessoas, o cancro do intestino desenvolve-se lentamente, levando vários anos até sentir sintomas ou perceber que algo de errado se passa. Precisamente por isso é muito importante estar informado sobre os sintomas que pode desenvolver ou os fatores de risco a que deve estar atento.
Quais são os sintomas do cancro do intestino?
Tal como noutros tipos de cancro, muitos dos seus sintomas não são exclusivos e como os principais sintomas de cancro do intestino são muitas vezes encarados com normalidade, o diagnóstico pode ser tardio, levando à descoberta de uma doença com uma gravidade já preocupante.
No entanto, os que caraterizam esta doença ou que levam a que o doente tome precauções e consulte um médico são:
- Diarreia ou prisão de ventre;
- Fezes sanguinolentas;
- Fezes com consistência diferente do habitual;
- Cólicas, causando desconforto ou dor;
- Perda repentina de peso;
- Sensação de cansaço recorrente;
- Enjoos com náuseas e vómitos.
Caso sinta estes sintomas por mais de 1 mês, deve consultar um médico para que este avalie o seu caso, recomende as análises mais apropriadas e, caso seja esse o caso, possa explicar-lhe qual o melhor tratamento e quais as alterações no seu estilo de vida que precisará de fazer.
Principais fatores de risco associados ao cancro do intestino
Existem diversas doenças, diversos estilos de vida e diversas ações que se podem transformar num fator de risco grave para o cancro do intestino. Principalmente, quando aparecem em simultâneo num mesmo doente.
Os seguintes pontos representam os fatores de risco mais prevalentes e que necessitam de mais cuidados por parte do doente que os possa ter:
1. Idade
A idade é um dos principais fatores de rico de cancro do cólon, uma vez que com o aumento da idade, aumenta também o risco do aparecimento desta doença. Cerca de 99% dos doentes tem mais de 50 anos e a idade média fixa-se no 72 anos.
2. Pólipos no colón intestinal
Outro dos fatores mais importantes em quem apresenta este cancro. No entanto, a probabilidade de ter ou desenvolver este cancro depende dos tipos de pólipos que apresenta, podendo ser de 3 tipos:
- Pólipos hiperplásicos (de crescimento rápida que raramente evoluem para cancro);
- Pólipos adenomatosos ou adenomas (apresentam células de aspeto anormal; o risco de ter cancro aumenta com o número de adenomas presentes e com o aspeto deles. Mais de 3 adenomas, com mais de 4cm e uma forma típica de “couve-flor” traduzem-se num risco alto);
- Pólipos inflamatórios (aparecem no contexto de outras doenças intestinais e raramente evoluem para cancro);
3. Doença Inflamatória intestinal
São doenças como colite ulcerosa ou doença de Crohn e apresentam um risco grande de evoluírem para cancro do cólon.
4. Síndrome de Lynch
Uma doença que está relacionada com o cancro do cólon ou do reto, onde cerca de 2 em cada 100 doentes apresentam esta síndrome.
5. Situações prévias de cancro
Um doente que já tenha passado por um cancro (igual ou diferente) tem maior probabilidade de vir a desenvolver novamente a doença, mesmo que não apresente evidências médicas de doença.
6. Antecedentes de cancro na família
Se um familiar direto teve este tipo de cancro, o seu risco é mais elevado.
7. Alimentação
Como na maior parte das doenças, a alimentação está intimamente relacionada com o risco de desenvolver doenças, especialmente este cancro.
Uma dieta pobre em fruta e vegetais, cálcio, fibra e rica em gordura, está relacionada com o aumento da probabilidade de cancro do intestino.
8. Tabaco
O consumo de tabaco é um importante fator de risco para inúmeras doenças, não sendo o cancro do intestino uma exceção.
Cancro do intestino: exames requisitados pelos médicos
Caso o médico suspeite de cancro do intestino, existem alguns exames que são comuns de serem pedidos para confirmar este diagnóstico:
- Exame às fezes: para perceber a presença de sangue oculto que muitas vezes indica haver algum problema mais grave associado;
- Colonoscopia: avaliar o interior do intestino e perceber se há algum problema nas paredes deste;
- Tomografia computadorizada: uma técnica mais rara, que apenas é opção quando a colonoscopia não é uma opção devido a alterações da coagulação ou dificuldade respiratória.
Qual o tratamento mais indicado para o cancro do intestino?
Quando o cancro do intestino é confirmado pela equipa médica e se começa a pensar no passo seguinte, o tratamento, é importante classificar o cancro segundo o estadio em que se encontra. Existem 4 estadios e estes diferem segundo a gravidade do cancro, bem como com o tratamento a optar.
No estadio I, a opção de tratamento passa geralmente pela cirurgia, enquanto que no estadio II e III se aplica além da cirurgia, também a quimioterapia e/ou radioterapia, como terapêutica complementar. No estadio IV, não existe um tratamento estabelecido, dependendo exclusivamente do doente e do estado da sua doença.
A cirurgia engloba diferentes procedimentos cirúrgicos, como por exemplo uma laparoscopia ou uma cirurgia aberta. A primeira consiste na introdução de um laparoscópio através de pequenas incisões no abdómen, o que acaba por reduzir o trauma de toda a intervenção. Já a cirurgia aberta é uma cirurgia mais invasiva e agressiva que consiste numa incisão na barriga, mais ou menos longa, que dá acesso ao abdómen.
Independentemente do tipo de cirurgia, sempre que é necessário remover uma parte do intestino, o cirurgião tenta sempre unir as duas partes do intestino de forma a não causar mais danos ao organismo.
No entanto, nem sempre é possível e por vezes é preciso recorrer a uma colostomia. A colostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na criação de uma abertura no abdómen que liga a parte superior do intestino ao exterior, colocando-se um saco exterior para a recolha das fezes que passam a ser expelidas pelo organismo através desta abertura. Esta colostomia normalmente é necessária só até à cicatrização cirúrgica do cólon estar concluída, após a qual o cirurgião volta a unir o intestino e o doente passa a não ter mais danos.