O cancro da pele, que muitos conhecem como melanoma, é o cancro mais comum em todo o mundo. Tem uma percentagem de incidência superior ao cancro da mama, do pulmão, dos intestinos e da próstata juntos, o que lhe dá grande importância e uma preocupação acrescida.
Precisamente pela pele ser o maior órgão do nosso corpo, devemos estar cientes que os agentes carcinogénicos ambientais, especialmente a radiação ultravioleta da luz solar (UV), quando em contato com esta, podem estimular o crescimento exagerado de células. Este crescimento pode provocar mutações no DNA que se traduz, muitas vezes, no aparecimento de cancro.
Mas este processo pode ser travado sempre que é feito um diagnóstico precoce. Assim, é possível garantir um prognóstico muito bom na maior parte dos casos.
Quais os diferentes tipos de cancro da pele?
De todos os tipos de cancro da pele que já foram estudados, 97% correspondem aos três seguintes que vão ser descritos.
1. Carcinoma baso-celular ou basalioma
Corresponde a cerca de 65% de todos os cancros de pele e é mais frequente nas áreas onde se apanha mais sol, nomeadamente no rosto.
Define-se por um crescimento lento das células e são raros os casos onde se verificam metastizações para outras partes do corpo. No entanto, trata-se de um cancro muito invasivo e agressivo sempre que não é tratado atempadamente.
2. Carcinoma espino-celular ou pavimento-celular
É também por vezes conhecido como carcinoma das células escamosas e corresponde a 25% do total destes cancros. Apesar de também se verificar nas zonas do corpo mais expostas à radiação solar, pode também aparecer noutras partes do corpo.
Este tipo acaba por ser mais agressivo que o anterior sendo mais recorrente a metastização para os gânglios linfáticos ou para outros órgãos.
3. Melanoma e Melanoma maligno
Este tipo de cancro da pele é o mais conhecido uma vez que também é o mais maligno, já que tende a metastizar precocemente quando não é detetado a tempo.
É também responsável pela maioria das mortes em pessoas com menos de 50 anos. Corresponde a cerca de 8% do total de casos e carateriza-se por uma neoplasia nos melanócitos.
Os melanócitos são as células da pele responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá aquela cor de verão. Precisamente por isso, este cancro está relacionado com a exposição solar aguda, queimaduras solares na infância ou a fatores genéticos.
Como podemos prevenir o cancro da pele?
Fonte: Cancro online
No cancro da pele, bem como em vários outros tipos de cancro, a prevenção é o fator mais importante. Uma vez que o melanoma é o tipo mais agressivo e maligno, e sabendo que se pode desenvolver a partir de um sinal já existente, há uma regra muito útil que todos devemos conhecer. Chama-se “Regra ABCDE” e consiste em:
- Assimétrico (sempre que um sinal tenha uma forma assimétrica, ou seja tenha uma metade diferente da outra metade);
- Bordos irregulares (se os bordos do sinal não forem uniformes e regulares);
- Cores diferentes (quando o sinal apresenta 2 ou 3 cores diferentes);
- Diâmetro (sempre que o diâmetro for superior a 6mm);
- Evolução (se crescer rapidamente).
Portanto, sempre que um sinal do seu corpo tenha uma destas caraterísticas, deve marcar uma consulta de dermatologia para perceber se está tudo bem com o seu corpo ou se precisa de tomar medidas.
Além desta regra que nos alerta para a possibilidade de melanoma, existe outra. Chama-se “Regra do Patinho Feio” e indica-nos que devemos ir ao dermatologista sempre que tenhamos um sinal diferente dos outros.
A somar a estas regras, deve sempre ter cuidado na exposição solar e utilizar sempre protetor solar fator 50 bem como evitar esta exposição nas horas em que a radiação UV é mais intensa.
Quais os principais fatores de risco para o cancro da pele?
Existem diversos fatores de risco que levam a que tenhamos um maior risco de vir a ter cancro da pele. Os principais são as radiações ultravioleta (sol) e ter pele clara.
Alguns deles dependem exclusivamente das opções de vida de cada pessoa, enquanto que outros não são controláveis, dividindo-se em fatores de risco de natureza comportamental e fatores de risco de natureza individual.
- Fatores de risco de natureza comportamental:
- Exposição solar crónica;
- Exposição solar com vários episódios de queimaduras solares na infância;
- Ausência de cuidados de proteção solar;
- Frequência recorrente de solários;
- Fatores de risco de natureza individual:
- Pele clara e fototipo baixo;
- Pele com sardas;Dificuldade em bronzear;
- Presença de muitos sinais pigmentados;
- Imunossupressão crónica.
Como é feito o diagnóstico de cancro da pele?
O diagnóstico inicial depende exclusivamente do doente. É necessário que este conheça o seu corpo para assim conseguir reconhecer os sinais de alarme e procurar a opinião de um dermatologista.
Depois de recorrer a um profissional de saúde, é feito o diagnóstico clínico. Este é feito com recurso a um exame físico, e caso seja necessário, a uma biópsia. Esta consiste na remoção de uma parte da pele, onde poderá estar o sinal a analisar, para ser observada ao microscópio por um especialista de anatomia patológica. Só assim é possível fazer o diagnóstico de melanoma.
Sempre que é diagnosticado atempadamente, todos os cancros de pele podem ser tratados com cirurgia, com anestesia local, evitando assim a necessidade de recorrer a tratamentos mais intensivos, tais como radioterapia ou quimioterapia.