O termo cães de companhia refere-se a todas as raças de cães cuja a sua função principal não é a de trabalho, tendo sido criados com o intuito de fazer companhia ao Homem.
No entanto, a sua definição não é tão restrita quanto isso pois alguns têm dupla função, dispondo de características que os permitem exercer variadas tarefas, mas também simplesmente fazer companhia. Para se ser o mais correto possível, o ideal é recorrer à lista do grupo canino 9 da FCI – Federation Cynologique Internationale – onde pertencem as raças de cães de companhia e toys.
Existe também o certificado de cão de companhia, outro conceito definido pelo AKC – American Kennel Club – que indica que este passou por uma série de testes básicos de obediência que lhe permitiram a obtenção desse título.
Cães de companhia: raças definidas pela FCI
Os grupos caninos são uma forma de classificação das raças consoante as suas diversas aptidões e utilizações iniciais, e que agrupa determinadas raças devido a certas características.
As raças pertencentes ao grupo cães de companhia e toy compartilham características psicológicas tais como a sensibilidade, a inteligência, a memória e a capacidade de se relacionar com o ser humano. Cães de companhia e toy têm uma grande sobreposição, no entanto os primeiros não são limitados por tamanho, enquanto que os segundos são pequenos, apesar de que a sua categorização exata varia entre registos e países.
Eis algumas secções e raças pertencentes a este grupo:
1. Poodle
Mais comumente conhecido como Caniche, tornou-se um popular cão de companhia por causa do seu temperamento amigável, alegre e leal e também por existir em quatro tamanhos e cores diferentes que todos podem escolher de acordo com a sua preferência. Por ter a habilidade de aprender rapidamente, era muito apreciado em circos e espetáculos.
2. Cães sem pelo
Pensa-se que o Cristado Chinês remonta desde a Dinastia Han da China, altura em que era usado para guardar os tesouros. Existe em duas variedades:
- Sem pelo: apenas com uma crista de pelo na cabeça que se estende pelo pescoço, “meias” a cobrir a parte distal dos membros e a cauda emplumada, com o restante do corpo totalmente descoberto.
- Pompom: o corpo é coberto por um véu de pelo longo e macio.
É um cão alegre e ativo que gosta de se manter limpo, mas com o qual é preciso ter cuidado pois está sujeito a queimaduras solares.
3. Raças tibetanas
O Lhasa Apso está adaptado às altitudes do Tibete. A sua pelagem longa e densa permite-lhe sobreviver aos frios rigorosos e o pelo caído sobre os seus olhos protege-o contra o vento, poeiras e reflexos.
É afetuoso em família, resistente a longas caminhadas e necessita de cuidados constantes com a sua pelagem. Consegue ainda ser alerta e vigilante, saudando os estranhos com um ladrar feroz.
4. Chihuahuas
O Chihuahua, considerada a mais pequena raça de cães, é oriundo do México. Rápido e alerta, os seus antecessores viviam na Natureza. Apesar de muito amistoso, é impróprio para crianças pequenas devido à sua fragilidade, sendo companhia ideal para uma pessoa mais idosa.
5. Toys spaniel ingleses
O King Charles Spaniel era o cão favorito da corte inglesa de Carlos II e aparece em muitos quadros da época. É aparentado com o Cavalier King Charles Spaniel mas menor, com um nariz mais curto e crânio mais abaulado.
O Cavalier King Charles Spaniel, com os seus olhos grandes e expressivos, é o companheiro ideal. Tanto está bem a correr no exterior como sentado ao lado do dono. Sem ponta de timidez, é extremamente afetuoso, sendo por isso emergente a sua utilização no acompanhamento de pessoas com necessidades especiais e em situação de solidão.
4. Cães pequenos do tipo molossóides
O termo Molossóide refere-se a um conjunto de características morfológicas: são cães de cabeça volumosa, orelhas pequenas e caídas, focinho curto com lábios grossos e corpo maciço.
Nesta secção encontra-se o pequeno mas robusto Pug, oriundo da China onde foi companheiro dos monges. É muito meigo, de temperamento constante e excelente com crianças. Contudo, devido ao formato do seu focinho, está predisposto a sofrer da síndrome de obstrução das vias aéreas dos braquicefálicos, que é uma patologia obstrutiva das vias respiratórias.
Conclusão
Na verdade, qualquer cão consegue adquirir a função de companhia caso tenha uma natureza amistosa e se relacione bem com o seu dono, mesmo sendo, também, um cão de trabalho. Para tal basta que haja mútuo respeito e compreensão das diferentes exigências de cada cão, nomeadamente das suas necessidades de exercício físico e de atividades que o permitam expressar o seu comportamento natural. São exemplo disso os Retrievers ,os Cockers ou tantos sem raça definida, que muitas vezes desempenham a função de cães de companhia.