Share the post "Burnout parental: 6 formas de prevenir a exaustão dos pais"
Como é natural, os pais tendem a concentrar as suas energias nas necessidades dos filhos. Aliás, muitos dedicam tanto tempo e energia aos filhos que acabam por negligenciar as suas próprias necessidades. O resultado? O burnout parental – também descrito como uma condição de esgotamento extremo, em que os pais sentem que não têm mais nada para dar.
E o problema que se segue muitas vezes é mais grave ainda. A maioria das pessoas pensa que é uma parte normal da parentalidade e não reconhece que precisa de modificar alguns aspetos ou até de consultar um médico.
Por isso mesmo, é preciso relembrar que esconder aquilo que sente e não fazer nada em relação a isso pode prejudicar bastante a sua saúde mental. Se pensa que pode estar a passar por esta situação, fique connosco e saiba como prevenir.
O que é o burnout parental?
Também conhecido por uma síndrome de esgotamento avassalador, o burnout parental provoca uma extrema exaustão quer a nível físico, como emocional. Está diretamente associado à parentalidade e ao cumprimento de todas as tarefas que incluem os filhos.
Assim, trata-se de uma condição que afeta pais, mães e cuidadores diretos e que acaba por conduzir a situações de frieza e até distanciamento por parte destes em relação aos filhos.
Por outro lado, pode ainda causar um aumento da insatisfação dos próprios em relação à forma como desempenham o seu papel perante os filhos.
Quais são os sintomas para os quais devemos estar atentos?
Como já referimos, existe uma tendência para se confundirem alguns sintomas do burnout parental numa fase inicial. Isto é, acabamos por desvalorizar aquilo que estamos a sentir, pensando que o cansaço está associado simplesmente às funções parentais.
Contudo, quando os sintomas começam a ser frequentes, muito intensos e bastante persistentes saiba que, muito provavelmente, poderá estar a passar por esta situação. Para que não restem dúvidas, listamos os sintomas mais comuns:
- Ansiedadehttps://cms.vidaativa.pt/como-combater-a-ansiedade/;
- Sensação de esgotamento (exaustão mental e física);
- Menor tolerância e maior irritabilidade;
- Distúrbios no sono;
- Sentimentos de frustração;
- Dificuldades em lembrar-se de pequenas coisas (perda de memória);
- Confusão mental;
- Depressão;
- Perda de interesse por atividades que antes eram interessantes para si;
- Sentimentos de vergonha ou culpa relativamente à forma como desempenha o seu papel de pai/mãe;
- Comportamentos obsessivo-compulsivos ou violentos (principalmente em relação à criança);
- Menor produtividade;
- Vontade de estar sozinho e isolado;
- Aumento de conflitos entre o casal.
Não fique assustado! A lista de sintomas é grande e ter alguns destes não significa propriamente que está a passar por um burnout parental. Apenas servem como um indicativo para a pessoa saber que algo poderá estar errado e, nesse caso, é essencial marcar consulta no médico o quanto antes.
Qual é o impacto do burnout parental na saúde mental?
Agora que sabe quais são os sintomas mais comuns, torna-se mais fácil entender que os efeitos do burnout parental na saúde mental podem afetar toda a sua saúde de um modo geral.
Ou seja, à medida que a exaustão aumenta, a probabilidade de desenvolver desequilíbrios hormonais aumenta também. Além disto, se se tratar de uma pessoa com um distúrbio no sono, o risco de aparecimento de doenças cardíacas e diabetes, por exemplo, é maior.
Os níveis de stresse perante esta condição, são elevadíssimos – algo altamente prejudicial para o sem bem-estar quer físico, como psicológico. E tudo isto pode fazer ainda com o seu relacionamento saia prejudicado, por falta de paciência, ânimo e uma série de coisas.
O relacionamento que tem com os seus filhos pode ser afetado também pelo burnout parental. Pode sentir que não está devidamente ligado a eles, ou como estivesse apenas a passar pelos momentos em vez de os sentir e viver.
Aqui, a distância emocional é algo que afeta não só o seu filho, como a si e a toda a família.
Como vê, é impossível manter-se são perante uma condição de saúde como esta. Há que saber estar alerto aos sinais, identificar os sintomas e tomar uma atitude em relação à sua situação.
6 medidas para evitar o burnout parental
Converse sobre os seus sentimentos
Se sente que está sem força nenhuma e completamente esgotado, a primeira coisa de deve fazer é conversar sobre os seus sentimentos com o seu parceiro, um amigo ou um familiar.
Mostre que precisa de alguma ajuda e apoio nesta fase difícil. Afinal, mesmo que já esteja com alguém há muitos anos, ninguém adivinha o que vai na sua mente.
Esteja atento aos alimentos que come quando está cansado
Por muito que pensemos que não, a verdade é que a nossa alimentação dita muito sobre a nossa saúde física e psicológica.
Quantas vezes já se sentiu exausto ao ponto de não conseguir trabalhar e pensou no café como a solução mais rápida e eficaz? Provavelmente várias, como todos nós.
Mas em vez disso, opte por ingerir alimentos ricos em nutrientes, proteínas magras e carboidratos ricos em fibras.
Pratique exercício físico
Mesmo que não goste de ginásio, experimente fazer uma caminhada ou até uma corrida pelo parque. A atividade física aumenta a nossa energia e consequentemente as hormonas do bem-estar.
Além disso, é uma ótima forma para reduzir o stresse e a ansiedade.
Não se sinta culpado por tirar uns minutos para si
É importante tirar uns minutos para si mesmo ou para o seu parceiro. Lembre-se que concentrar-se nas suas necessidades de tempos em tempos não faz de si um pai ou mãe maus.
Na verdade, saiba que o autocuidado vai ajudá-lo a ser um pai melhor em vários aspetos.
Verifique as agendas dos filhos e faça uma reavaliação
Observe as agendas dos seus filhos, inclusivamente as atividades que têm planeadas e perceba se vai conseguir levá-los de um lado para o outro a correr ou se é possível reduzir essa carga semanal, por exemplo.
O importante é que consiga ter tempo para si, sem que se sinta completamente sobrecarregado.
Peça ajuda
Pedir ajuda é uma das medidas mais importantes: seja a familiares ou amigos para tomarem conta das crianças por umas horas, para o ajudarem em tarefas mais difíceis e exigentes ou para os irem buscar à escola.
Além disto, saber quando pedir ajuda médica também pode fazer toda a diferença: pode ser ao médico de família, a um psiquiatra ou a um psicólogo.