A palavra bullying é um termo inglês utilizado para designar o comportamento agressivo, repetitivo, intencional e indesejado entre crianças ou adultos. Ou seja, pode acontecer em qualquer contexto, quer na escola, como no trabalho.
Normalmente, ocorre através de ações verbais, abuso físico e psicológico e/ou mensagens escritas. No entanto, é precisamente nas escolas onde este tipo de situações é mais comum, principalmente na infância e na adolescência.
Como consequência, os mais jovens e até adultos podem sentir que o seu rendimento na escola ou no trabalho baixa, fazendo até com que surjam problemas psicológicos graves em alguns casos.
Existem vários sinais de alerta que indicam que uma pessoa é efetivamente vítima deste tipo de comportamento. Fique connosco e saiba como detetar estas situações e o que deve fazer.
O que é o bullying?
O bullying ainda continua a ser uma realidade na vida de muitas crianças, jovens e adultos.
Independentemente do contexto, a verdade é que nos dias de hoje ainda se verificam situações deste género. E por isso mesmo, torna-se crucial combatê-lo para minimizar os danos e consequências graves por ele causados.
Para uma melhor compreensão do assunto, o bullying é um conjunto de comportamentos de agressão entre pares, com um padrão continuado. Isto é, que ocorre de forma repetida ao longo do tempo.
Para além disto, prevê a existência de algum tipo de desequilíbrio de poder entre a vítima e o agressor. O que faz com que a vítima fique numa posição mais frágil e vulnerável.
No fundo, o objetivo do bullying é causar sofrimento, humilhação, controlo e mal-estar na vítima – seja ela uma criança ou não, pois também os adultos podem ser vítimas.
Para que seja possível termos uma noção da dimensão do assunto, a Associação Plano i divulgou os dados do Observatório Nacional de Bullying (ObNB). Em 2021 foram registadas 82 denúncias de bullying, sendo que 57 das quais foram realizadas por mulheres e 25 por homens.
Além disto, saiba que em 97,6% dos casos as vítimas e os agressores frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino. Em 53,7% dos casos, o motivo foi o aspeto físico das vítimas e em 48,8% os resultados académicos.
Mas existiram também outros motivos associados: desde a idade, o sexo, a orientação sexual, diversidade funcional, identidade de género, etnia e até nacionalidade.
Como podemos ver, trata-se de uma questão complexa e que necessita de ser trabalhada em todos os ambientes e contextos.
Tipos de bullying
Bullying verbal
Este é o tipo de bullying mais comum praticado nas escolas principalmente. Contudo, também poderá ocorrer no ambiente de trabalho.
Normalmente começa por um apelido maldoso que pode ou não estar relacionado com alguma característica da vítima (como por exemplo: caixa de óculos). Além disto, ofensas e humilhações constantes também são aspetos bastante característicos deste tipo de bullying.
O que pode fazer com que a criança ou adulto tenha medo de se relacionar com outras pessoas e que não acreditem nas suas competências.
Físico
Caracteriza-se por violência física. O que acontece neste tipo de bullying é a vítima levar chutos, pontapés ou estalos pelo simples facto de utilizar aparelho, óculos ou de estar um pouco acima do peso, por exemplo.
Trata-se de um tipo de bullying comum, mas que passa muitas vezes despercebido porque pode ser interpretado como uma brincadeira de amigos. Por isso mesmo é necessário estar alerto, nomeadamente quando se trata de crianças.
Psicológico
Exemplos do bullying psicológico são comentários ou atos que provoquem mal-estar psicológico de forma propositada. Tais como: “és demasiado magro” ou “tu és boa rapariga, mas a pessoa X é melhor do que tu”.
Aqui a vítima sofre constantemente intimidações ou chantagens e é frequentemente alvo de boatos e perseguições no que concerne à religião, aparência e peso, ou orientação sexual.
É necessário estar atento, pois este tipo de bullying pode mesmo levar à ansiedade e depressão.
Social
A pessoa é isolada constantemente das atividades e até do convívio diário com os colegas da escola ou de trabalho.
Caracteriza-se por difamação e afirmações como “já temos a equipa completa”, “tu já não podes entrar no jogo” ou “a pessoa X dormiu com os rapazes todos da turma”.
Virtual
Também conhecido como cyberbullying, caracteriza-se por ataques verbais e psicológicos nas redes sociais. Aqui, a internet é a principal ferramenta de divulgação de fotografias, conversas, vídeos ou comentários maldosos sobre a vítima.
10 sinais de alerta para os quais deve estar atento
O papel dos pais e formadores / orientadores / chefias é fundamental para travar este tipo de situações em ambiente escolar e em ambiente de trabalho.
No caso dos mais novos, em especial, é necessário que estejam atentos diariamente aos comportamentos, queixas, aspeto físico e até psicológico para que seja possível evitar situações mais graves.
Fizemos uma listagem, com alguns sinais de alerta mais comuns em casos de bullying. Tome nota:
- Objetos pessoais destruídos ou perdidos;
- Desinteresse pela escola, aulas, amigos ou trabalho;
- Arranhões, hematomas e outras lesões corporais sem aparente explicação;
- Distúrbio do sono e pesadelos constantes;
- Dores de cabeça e barriga frequentes;
- Simulação de doença;
- Alterações no apetite;
- Diminuição da autoestima, sentimentos negativos e tristeza constantes;
- Isolamento social;
- Irritabilidade, comportamentos agressivos ou autodestrutivos.
Bullying no local de trabalho: como agir
Apesar de não se falar muito sobre o assunto, a verdade é que o bullying no trabalho acontece. Pode ser entre colegas, um supervisor e um colaborador, ou até entre um chefe e uma equipa.
A verdade é que um estudo divulgado no World Economic Forum (WEF), revela que mais de 60% dos colaboradores não reportam os casos de bullying aos quais assistem em contexto de trabalho. Algumas pessoas ficam confusas, por não saberem identificar se aquilo a que assistem é efetivamente um caso de bullying.
Por isso mesmo, é extremamente importante que as empresas comecem a apostar em boas políticas, definindo exatamente o que é o bullying. Tal pode acontecer quando um profissional é sujeito frequentemente a comportamentos de assédio, exclusão ou que afetem de forma negativa o trabalho de outra pessoa.
Assim, gozar, insultar ou excluir socialmente alguém são apenas alguns dos exemplos mais comuns em contexto de trabalho.
Perante estes casos, é essencial que converse com a vítima, tente entender o estado em que se encontra e reportar a situação o mais rápido possível ao supervisor ou chefe.
O objetivo é não compactuar com este tipo de comportamentos a fim de os banir totalmente. Afinal, só desta forma é possível reduzir as consequências graves que estas situações podem trazer para as pessoas envolvidas.