O óleo de coco é, sem dúvida, a gordura do momento e um dos alimentos tendência no mundo “fit”. Os benefícios que lhe são apontados são mais do que muitos e é, por muitos considerada a gordura mais saudável. Mas será mesmo assim? Quais serão os verdadeiros benefícios do óleo de coco?
Perda de peso, aumento do metabolismo basal, maior oxidação de gordura, fortalecimento do sistema imunitário, promoção de uma boa saúde cardiovascular pela redução do colesterol, melhor cicatrização da pele e cabelo mais saudável, são alguns dos benefícios apontados ao óleo de coco.
Mas o cenário pode não ser assim tão perfeito. Vejamos.
Óleo de coco: fatores importantes
O óleo de coco é um óleo rico em ácidos gordos saturados sendo, por isso, uma gordura mais sólida à temperatura ambiente do que os óleos vegetais ou do que o azeite.
Com efeito, este óleo possui mais de 85% de ácidos gordos saturados na sua composição, aqueles que sempre foram acusados de aumentar o “mau” colesterol e potenciar doenças cardiovasculares.
No entanto, nem todos os ácidos gordos saturados são iguais, visto que o tamanho da sua cadeia de carbonos influencia os seus efeitos.
No caso do óleo de coco, como uma parte dos seus ácidos gordos saturados são de cadeia média, foram-lhe atribuídas propriedades interessantes na gestão do peso e diminuição do perímetro da cintura, nomeadamente através do aumento do gasto energético / metabolismo basal e redução do apetite.
Ainda assim, importa referir que os ácidos gordos presentes em maior quantidade no óleo de coco (láurico e mirístico – 12 e 14 carbonos), já são de cadeia mais longa e, por isso, não possuem estas propriedades.
Benefícios do óleo de coco: a que se deve tanta fama?
Como referido anteriormente, uma parte dos benefícios do óleo de coco são-lhe atribuídos devido aos ácidos gordos de cadeia média que possui.
De facto, um estudo realizado por uma investigadora canadiana da Columbia University revelou, em 2003, que os ácidos gordos de cadeia média do óleo de coco, apesar de representarem apenas 13% da sua constituição, quando isolados, promoviam efeitos benéficos.
A questão que se coloca é que as vantagens destes ácidos gordos concentrados não vão estar presentes no óleo de coco porque a quantidade é reduzida e, porque existem outros constituintes neste produto, eles não estão isolados como no estudo referido.
Outro fator que deu força ao óleo de coco foi o facto de alguns países na Índia e Filipinas consumirem este alimento e apresentarem baixa prevalência de doenças cardiovasculares e menor taxa de mortalidade.
Mais uma vez, este dado não é representativo, visto que estas pessoas consomem também muita fibra (legumes e fruta), pouco açúcar e carnes processadas, o que, por si só, são fatores muito mais importantes para os bons indicadores de saúde que apresentam.
Benefícios do óleo de coco: o estado da arte
A verdade é que, apesar de não ser um alimento nocivo para a saúde, também não existem estudos conclusivos para suportar todos os benefícios que se apontam ao óleo de coco.
A proporção de ácidos gordos de cadeia média no óleo de coco, não é suficiente para surtir os tão aclamados benefícios, entre os quais o acelerar de metabolismo e oxidação de gordura.
Além disso, se consumir esta gordura de forma desenfreada poderá aumentar os níveis de massa gorda, porque, sendo uma gordura, tem as mesmas nove calorias por grama como qualquer outra.
Quanto à melhoria do colesterol, outro dos supostos benefícios do óleo de coco, também há informações contraditórias, visto que ainda não há evidência sustentada e conclusiva que comprove que o óleo de coco promova a redução do colesterol LDL (mau) e aumente o HDL (bom).
Para cozinhar, poderá ser uma boa opção, visto que é uma gordura mais estável. Contudo, se a sua utilização for repetida e contínua pode levar à produção de compostos potencialmente carcinogénicos, uma vez que a temperatura propícia à formação destes compostos é relativamente baixa.
Em suma
Os benefícios do óleo de coco têm alguma fundamentação, mas não a suficiente para o considerar a melhor gordura. O azeite continua a ser a melhor opção, pois é rico em gordura monoinsaturada, compostos antioxidantes, anti-inflamatórios e vitamina E, ajudando, portanto, a proteger de doenças cardiovasculares.