Share the post "Os benefícios do cacau: conheça as potencialidades deste poderoso alimento"
Nunca se falou tanto dos benefícios do cacau como atualmente e também não há memórias de tão variadíssimas utilizações tirando aquela que todos nós conhecemos – a confecção do chocolate!
Propriedades do Cacau
Embora o cacau seja uma fruta, o que comemos são as suas sementes. A sua composição é muito semelhante à dos frutos secos: 45% glícidos (açucares e amidos); 45% lípidos (80% gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas).
A sua composição é ainda rica em aminoácidos, vitaminas e antioxidantes como fenilalanina, ácido glutâmico, leucina, ácido aspártico, GABA, vitaminas do grupo B, vitamina E, minerais como: fósforo, cálcio, ferro, magnésio, e dosagens consideráveis de cobre, zinco, cromo, e potássio. Esta riqueza em substâncias concede propriedades fantásticas ao cacau e no que respeita a propriedades terapêuticas são conhecidas e relatadas mais de 500!
Saiba ainda que o cacau também é rico em polifenois, antioxidantes como flavonoides, procianidinas, catequinas e epicatequinas. Estes dois últimos compostos, também presentes no chá verde, vinho tinto e uvas, encontram-se em maior concentração no cacau.
Os benefícios do Cacau
Umas das ações terapêuticas destas substâncias acima referidas é a sua influência no sistema cardiovascular. Atuam como vasodilatadores e hipotensores, aumentam a fluidez do sangue e reduzem a agregação plaquetária. Diminuem ainda os níveis colesterol LDL e aumentam o HDL.
Mas não ficamos por aqui, na semente do cacau encontram-se ainda a teobromina e a tão conhecida cafeína, substâncias estimulantes tal como a feniletilamina (alcaloide da família das anfetaminas) que estimula a secreção de endorfinas a nível encefálico. Daí a tão famosa frase “Sou viciado em chocolate!”.
Estudos sobre os benefícios do Cacau
Uma tribo de Índios Kuna que habita no arquipélago da costa rica do Panamá deu mesmo origem a um estudo muito interessante elaborado por uma equipa de médicos investigadores da Harvard Medical School (Boston), publicado no Journal of the American Society of Hipertension.
Todos os membros pertencentes à tribo apresentam uma pressão arterial regular, ausência de acidentes cardiovasculares ou cerebrovasculares, raríssimos casos de diabetes ou cancro e uma longevidade acima da média. Estes factos suscitaram o interesse dos investigadores que, acabaram por relacionar estes dados ao hábito de ingestão diária de cacau.
Os Kuna continuam desde sempre a ingerir o cacau seguindo um método tradicional implementado pelos Maias e Aztecas: fermentação, secagem, tostagem, trituração dos grãos e adição de água quente. Ingerem-no como uma infusão, cerca de 1 L ao dia.
Depois de este estudo ser publicado foram variadíssimos os estudos clínicos efetuados por investigadores de todo o globo. O interesse pelos benefícios do cacau deu origem a conclusões como:
- 2007 – Hospital Universitário de Colónia (Alemanha), estudo coordenado pelo Dr. Taubert – “A ingestão de 6,3 gr diários de chocolate preto atua sobre a pressão arterial chegando a baixar 3 milímetros a sistólica”.
- 2008 – John´s Hopkins University, coordenado pelo Dr. Hamed – “A ingestão de 700 miligramas diárias de flavonoides durante uma semana é o suficiente para se observarem efeitos hipotensores e uma significativa melhoria nos níveis de colesterol, diminuição na agregação plaquetária e diminuição dos níveis da inflamação (proteína C reactiva)”.
- 2009 – University Hospital de Zurich (Suíça), coordenado pelo Dr. Corti – “ A ingestão de cacau reduz o risco de acidentes coronários e enfartes ao diminuir a pressão arterial, agregação plaquetária e a resistência à insulina”. A equipa do Dr. Corti foi a primeira a alargar os benefícios do cacau, comprovando científicamente a eficácia como anti-inflamatório, antioxidante e ativador do óxido nítrico.
- 2010 – Universidad de L´Aquila (Itália), coordenado pelo Dr. Grassi – “A ingestão de chocolate negro melhora a atividade endotelial diminuindo 4,5 milímetros a pressão sistólica e 2,5 a diastólica”.
- 2011 – Harvard Medical School, coordenado pelo Dr. Djoussé – “O consumo diário de chocolate negro inibe o aparecimento de placas de ateroma nas artérias coronárias”.
Muitos estudos depois destes vieram comprovar a efetividade das propriedades do cacau na melhoria da circulação periférica, na obesidade, no Alzheimer, em patologias hepáticas como hepatite e cancro do fígado, na hiperplasia benigna da próstata, como protetor dos raios UVs, e para as cataratas.
Cacau ou chocolate negro – qual escolher?
Perante tais benefícios fica a pergunta: devemos consumir cacau ou chocolate negro? Pois bem, se quiser comprar cacau puro pode consumir em infusões ou adicionar a bebidas. Faça-o com água ou adicione à sua bebida vegetal.
Se quiser comprar pronto a comer, é sugerido que compre os chocolates negros com maior percentagem de cacau possível. O mínimo recomendado é o chocolate negro com 70% de cacau, mas atenção, certifique-se que os outros 30% são substâncias neutras e não prejudiciais à sua saúde.
Para evitar esta situação deve dar preferência ao chocolate com 90% cacau e também já encontra 99% cacau, mas claro esqueça qualquer semelhança com o sabor do chocolate a que está habituado! Qualquer chocolate, chocolate em pó para confeção de pastelaria, achocolatado para o leite, etc., com menos de 50 % de cacau apresenta raríssimas ou nenhumas propriedades terapêuticas. O chocolate branco não é, sequer, considerado de chocolate.
Quando decidir comprar cacau com o intuito de tirar partido da riqueza que o cacau lhe oferece, consulte a composição e decida qual o melhor. Deixamos-lhe aqui um exemplo: os achocolatados comerciais para colocar no leite do pequeno-almoço do seu filho têm em média entre 15% a 25% de cacau, 30% de açúcar, 25% de leite em pó, a restante percentagem é constituída por farinha de trigo, farinha de milho, fécula de batata, lecitina de soja, gomas…
Quando deve comer? Se optar por adicioná-lo à sua alimentação, prefira-o na primeira parte do seu dia, no pequeno-almoço, lanche da manhã ou lanche da tarde. Se decidir bebê-lo, faça-o ao longo do dia, até às 17h ou antes se não beber café. Evite consumir à noite se não é tolerante à cafeína, a menos que queira fazer serão!