Farmacêutica Cátia Rocha
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14 Fev, 2018 - 14:02

Autismo: ver, ouvir e sentir o mundo de forma diferente

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O autismo é uma deficiência ao longo do desenvolvimento que afeta a forma como as pessoas percebem o mundo e interagem com os outros.

Autismo: ver, ouvir e sentir o mundo de forma diferente

O autismo é um síndrome neuro-comportamental com origem em perturbações do sistema nervoso central que afeta o normal desenvolvimento da criança. Os sintomas ocorrem nos primeiros três anos de vida e incluem três grandes domínios de perturbação: social, comportamental e comunicacional, segundo a Associação Americana de Psiquiatria.

Os distúrbios do espetro do autismo são caracterizados por dificuldades de interação social e de comunicação e tendência a realizar comportamentos repetitivos. No entanto, os sintomas e a sua gravidade variam.

Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1 e relativamente à sua prevalência, para uma população de 10.000 pessoas existem 10 pessoas com autismo.

QUAIS SÃO AS CAUSAS DO AUTISMO?

menino com austismo

As causas exatas para o autismo ainda estão em investigação. Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interacção da criança com os pais.

Hoje, está provado que não há ligação causal entre atitudes e ações dos pais e o aparecimento das perturbações do espetro autista. As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental.

COMO É QUE AS PESSOAS AUTISTAS VÊEM O MUNDO?

crianca com pensamento distante

Algumas pessoas autistas dizem que o mundo se sente avassalador e isso pode causar uma ansiedade considerável.

Em particular, compreender e relacionar-se com outras pessoas, participar no dia-a-dia com toda a vida familiar, escolar, laboral e social, pode ser mais difícil. As pessoas autistas sentem as suas diferenças sociais e pensam que as pessoas não as entendem.

Muitas vezes parecem “desativadas” ou “desligadas” do mundo. Muitos pais sofrem por sentirem que o filho está desconectado deles. Mas pesquisas sugerem que as crianças com autismo estão vinculadas aos pais. No entanto, a forma como expressam este sentimento pode ser incomum.

PADRÕES DE COMPORTAMENTOS, ATIVIDADES OU INTERESSES RESTRITOS E REPETITIVOS NO AUTISMO

1. Comportamento repetitivo e rotinas

O mundo pode parecer um lugar muito imprevisível e confuso para pessoas autistas, que muitas vezes preferem ter uma rotina diária para que saibam o que acontecerá todos os dias. Eles podem querer fazer sempre do mesmo modo a viagem para a escola ou trabalho ou comer sempre o mesmo alimento ao pequeno-almoço, por exemplo.

O uso de regras também pode ser importante. Pode ser difícil para uma pessoa com autismo ter uma abordagem diferente de algo, depois de terem sido ensinadas a fazer de determinada forma que têm como certa. Também não ficam confortáveis com a ideia de mudança, mas lidam melhor se puderem preparar as mudanças antecipadamente.

2. Interesses altamente focados

Muitas pessoas autistas têm interesses intensos e altamente focados, muitas vezes desde uma idade bastante jovem. As pessoas autistas geralmente relatam que a busca de tais interesses é fundamental para seu bem-estar e felicidade.

3. Sensibilidade sensorial

As pessoas autistas também podem experienciar uma sensibilidade excessiva ou insuficiente a sons, toques, paladares, cheiros, luz, cores, temperaturas ou dor. Por exemplo, eles podem focar certos sons de fundo, que outras pessoas ignoram ou bloqueiam, de um modo insuportavelmente alto ou distrativo. Este fator causa, geralmente, ansiedade.

COMO SE TRATA O AUTISMO?

crianca e terapeuta

Infelizmente não existe cura para esta doença, mas os médicos, terapeutas, pais e professores podem ajudar as crianças com autismo a ultrapassar ou a ajustarem-se às dificuldades. Quanto mais cedo a criança começar a terapia melhor.

Um diagnóstico precoce, terapias apropriadas e uma rede de cuidadores alargada são os mecanismos ideais para dar qualidade de vida aos pacientes com perturbações globais de desenvolvimento, nas quais se inclui o autismo.

Os tratamentos e medidas educativas permitem lidar melhor com esta doença, reduzindo os comportamentos mais perturbadores e oferecendo maior autonomia.

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