A astaxantina é um pigmento natural de cor rosa avermelhada, que pertence à grande família dos carotenóides.
Os carotenóides são pigmentos que encontramos nos alimentos e que são conhecidos pelas suas propriedades antioxidantes capazes de proteger as células contra o ataque dos radicais livres.
Os radicais livres são compostos reativos que que se formam constantemente no organismo, como resultado dos processos naturais inerentes ao metabolismo, de exposição a poluentes e outros compostos tóxicos, assim como elevados níveis de stress.
Podem exercer efeitos nefastos no organismo, nomeadamente oxidação e degeneração celular, que pode conduzir a inúmeras doenças, como o cancro, doenças cardiovasculares e degenerativas.
No entanto, a ação dos radicais livres só se torna significativa se a ingestão e os níveis de antioxidantes no organismo forem baixos, visto que estes compostos neutralizam os radicais livres antes que estes tenham a possibilidade de danificar as proteínas, os lípidos e o ADN das células pela oxidação.
Astaxantina no organismo
A importância da astaxantina para o organismo prende-se, precisamente com o seu potencial antioxidante.
Para se ter uma ideia, estima-se que as suas propriedades antioxidantes sejam 6000 vezes superiores às da vitamina C, 550 vezes superiores às da vitamina E e das catequeinas do chá verde e 40 vezes superiores às do betacaroteno.
Tal facto deve-se à estrutura em cadeia longa e aos grupos polares terminais que possui, que protegem a dupla camada lipídica da membrana celular (interior e exterior) com maior eficácia do que os restantes antioxidantes, que atuam apenas no interior (como a vitamina E e betacaroteno) ou no exterior (como a vitamina C) da membrana da célula.
Neste sentido, a astaxantina ajuda a proteger as células da oxidação, exercendo diversos ações benéficas para o organismo:
Benefícios da astaxantina no organismo
- Previne o envelhecimento precoce e melhora a memória;
- Produz efeitos neuro-protetores, visto que consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica, prevenindo demências e doenças neurodegenerativas;
- Aumenta o rendimento físico e mental;
- Promove o aumento da massa muscular (pelo aumento dos níveis de testosterona);
- Aumenta os níveis de colesterol HDL (bom) e diminui os níveis de colesterol LDL (mau colesterol) e triglicéridos;
- Reduz a Pressão arterial;
- Previne doenças cardiovasculares, nomeadamente arteriosclerose;
- Aumenta produção de adiponectina pelo tecido adiposo, uma hormona que exerce vários efeitos positivos no organismo, incluindo a regulação da glicemia e produção de insulina;
- Alivia dores articulares;
- Reduz a inflamação, que é a principal causa da maior parte das doenças degenerativas;
- Fortalece o sistema imunológico, através do aumento de linfócitos B e T;
- Melhora a acuidade visual e prevenir cataratas;
- Melhora problemas de infertilidade, principalmente masculinos, uma vez que aumenta a produção de testosterona e a mobilidade dos espermatozoides;
- Protege da radiação solar ultravioleta e de queimaduras.
A astaxantina e o desporto
Como já referido anteriormente, a astaxantina promove o aumento da massa muscular e o rendimento físico e mental e a resistência, diminuindo a fadiga.
Num estudo pioneiro sobre a astaxantina realizado em 2008, constatou-se que a astaxantina aumentou a energia atletas, que melhoraram significativamente o seu desempenho na competição.
De facto, o rendimento melhorou em 55% nos que receberam, durante seis meses, uma dose diária de apenas 4 mg de astaxantina, principalmente devido a uma maior tolerância de ácido láctico (uma substância que, quando se acumula no músculo, induz fadiga).
Especula-se que também que este maior rendimento se deva também ao facto de a astaxantina proteger as membranas celulares contra o stress oxidativo provocado pelo exercício intenso, aumentando a resposta das células musculares.
Fontes de Astaxantina
A origem deste composto é essencialmente marinha, sendo responsável pela cor rosada característica da truta, salmão, lagosta, camarão, lagostim, caranguejos, entre outros.
A sua maior fonte natural é a microalga Haematococcus pluvialis, embora também possa ser extraída de krill, leveduras ou outras algas.
Além dos alimentos já referidos, este carotenóide encontra-se também na cenoura, no pimento vermelho e nos legumes e frutas de pele vermelha.
No entanto, importa salientar que em alguns mariscos e peixes de aquacultura e até na produção de ovos, a astaxantina é adicionada como suplemento, o qual pode ser de origem natural ou não.
Astaxantina natural e sintética
Na verdade, existem diferenças siganificativas entre astaxantina a natural e a sintética:
A astaxantina natural vem do salmão selvagem e das microalgas verdes (Haematococcus pluvialis), sendo que quase todos os estudos que demonstram benefícios eficazes de astaxantina na saúde humana foram realizados com o composto natural.
Já a astaxantina sintética é utilizada como aditivo na alimentação de vários animais: caranguejo, salmão, camarão e frangos e não se destina ao consumo humano.
Produz-se quimicamente e vende-se no mercado apenas para alimentação animal.
Ao salmão de viveiro, por exemplo, é-lhe fornecido astaxantina sintética para dar uma cor avermelhada/rosada atraente para os consumidores, por isso nem todos os peixes que comemos atualmente contribuem de forma significativa para a ingestão de astaxantina natural.
Suplementação com astaxantina
Como as quantidades ingeridas de astaxantina através da alimentação são, muitas vezes, aquém do necessário para que o organismo beneficie da mesma, a sua toma como suplemento alimentar tem vindo a atrair um número cada vez maior de pessoas.
A astaxantina em forma de suplemento pode ser consumida por todas as pessoas, já que o seu consumo adequado não produz efeitos secundários nocivos.
De facto, a astaxantina, ao contrário de outros carotenoides, como não se converte em vitamina A, não induz toxicidade desta vitamina.
Além disso, não parece haver interações negativas com medicamentos, nem com alimentos ou suplementos alimentares e também não parece produzir reações alérgicas.
Por outro lado, é importante referir que os danos induzidos pelos radicais livres aumentam com a idade, pelo que a suplementação poderá ser particularmente importante em idosos, de forma a proporcionar ao organismo os antioxidantes necessários.
Por último, nunca é demais lembrar que, pelo facto de ser um composto lipossolúvel, e para otimizar o seu efeito, a astaxantina deve ser tomada em refeições que incluam uma pequena quantidade de gordura.
Qual é a dose diária ideal de astaxantina?
Em geral, recomenda-se o consumo de uma dose de 4-8 mg de astaxantina por dia, quer seja numa dose única ou distribuída ao longo do dia.
Uma dose mais próxima dos 8mg é recomendada para atletas, visto que estão sujeitos a um maior stress oxidativo, bem como para as pessoas que estão expostas a luz solar excessiva ou a grandes quantidades de radiação ionizante, como os pilotos.