A asma é a doença crónica que mais rapidamente tem aumentado no mundo ocidental, afetando cerca de 6% dos Europeus.
Em Portugal são estimados cerca de 600.000 asmáticos. Apesar dos esforços para reduzir a sua morbilidade e mortalidade, a doença parece estar em ascensão, especialmente entre crianças.
Os doentes com asma, caso esteja a doença controlada, podem fazer as suas atividades quer profissionais quer desportivas, sem qualquer limitação da vida diária. O tratamento adequado é fundamental para uma melhoria da qualidade de vida.
QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA ASMA?
Os fatores de risco habituais incluem:
- Exposição a alergénios, tais como ácaros domésticos (na roupa de cama, nos tapetes e nos estofos felpudos);
- Animais com pelo, baratas, pólen e mofo;
- Irritantes ocupacionais e químicos;
- Fumo de tabaco;
- Poluição aérea;
- Infeções respiratórias;
- Exercício e emoções fortes;
- Medicamentos (tais como aspirina e betabloqueadores).
QUAIS OS SINTOMAS DA ASMA?
Como sintomas típicos da asma tem-se:
- Tosse com agravamento noturno;
- Chiadeira no peito ou pieira;
- Falta de ar;
- Aperto no peito com o esforço físico (opressão torácica);
- Cansaço e dificuldade em fazer as atividades ou tarefas do dia a dia.
Os sintomas podem ser ocasionais e esporádicos ou mantidos ao longo do ano, podendo variar de ligeiros a graves.
Na asma, as vias aéreas cronicamente inflamadas são hiperreactivas. Tornam-se obstruídas, limitando o fluxo aéreo (pela broncoconstrição, pelos tampões de secreções mucosas e pela inflamação aumentada) quando são expostas a vários fatores de risco.
As crises de asma (ou exacerbações) são episódicas, mas a inflamação das vias aéreas é cronicamente presente. Para muitos doentes, a medicação deve ser administrada diariamente com a finalidade de controlar os sintomas, melhorar a função pulmonar e prevenir crises.
TRATAMENTO DA ASMA
Caso seja realmente diagnosticada asma, o médico vai traçar um plano terapêutico para o paciente. Nesta fase, é necessário que o especialista explique bem a função e o modo de utilização de cada medicamento e as medidas a adotar para evitar alergénios e outros fatores que desencadeiem a doença.
O doente deve ser proativo, colocando as suas dúvidas e questões. Com a ajuda do médico, assim como de outros elementos da equipa de saúde, os doentes devem ser ativamente envolvidos no controlo da sua própria asma e na prevenção de situações de crise, podendo, assim, viver de forma ativa e produtiva.
Os objetivos para o controlo bem-sucedido da asma são:
- Ausência de sintomas ou pouca frequência dos mesmos, incluindo os noturnos;
- Crises mínimas ou episódicas;
- Não ter necessidade de consultas de emergência ou de hospitalização;
- Necessitar o mínimo possível de medicação de alívio;
- Não ter limitações nas atividades físicas e de exercício;
- Ter uma função pulmonar quase normal;
- Não ter efeitos indesejáveis da medicação.
COMO É A QUALIDADE DE VIDA DE UM DOENTE ASMÁTICO?
Com a ajuda do profissional de saúde, os doentes com asma devem aprender a tomar os medicamentos corretamente (os dispositivos de inalação requerem uma técnica cuidada), compreender as diferenças entre o alívio imediato da crise e o tratamento preventivo a longo prazo, monitorizar o estado da sua asma, reconhecendo os sintomas e os sinais de agravamento e tomar as medidas necessárias.
Com evoluir dos conhecimentos sobre a asma e dispondo do arsenal terapêutico atual, é hoje possível ambicionar o controlo total da doença, não afetando de modo algum todas as atividades diárias.
A ASMA PODE SER PREVENIDA?
Nos lactentes (recém-nascidos) com uma história familiar de asma ou de atopia, é muito provável que evitando a exposição ao fumo do tabaco, a alguns alimentos com potencial alergénico, aos ácaros domésticos (nos colchões, nas roupas de cama, nas alcatifas, nas almofadas, nas carpetes, na mobília acolchoada), alergénios dos animais domésticos e das baratas, se consiga evitar o desenvolvimento da doença.
Nos adultos é recomendável evitar a exposição a produtos químicos, bem como a todos os fatores acima referidos.
Assim, quando os doentes reduzem a exposição ao fumo do tabaco, ou aos ácaros domésticos, não estão apenas a ajudarem-se a si próprios, mas, igualmente, aos seus familiares. Pode prevenir-se o aparecimento de asma, especialmente nos lactentes.