Share the post "Aromaterapia: as aplicações e os reais benefícios dos óleos essenciais"
A aromaterapia é um tratamento que se baseia nas propriedades terapêuticas e medicinais dos óleos essenciais, de modo a proporcionar benefícios a nível de saúde, bem-estar físico e emocional a quem lhe recorre.
Com efeito, um óleo essencial é um concentrado dos compostos responsáveis pelo aroma de uma planta. Eles são assim chamados porque contêm a fragrância, também chamada de “essência”, da planta, não sendo, contudo, “essenciais” para a saúde humana.
Apesar de todas as plantas conterem óleos, apenas cerca de 3000 contêm os tais óleos essenciais, também chamados “óleos aromáticos” ou “óleo voláteis”.
Como nasceu a aromaterapia?
Os óleos essenciais estão referenciados, desde há milhares de anos, como estimulantes ou sedativos do sistema nervoso e como tratamento para uma ampla gama de doenças.
Todavia, a aromaterapia e a aplicação de óleos essenciais para promoção da saúde só surgiu no início do século XX, através do químico francês Rene Gattefossé, considerado o pai da aromaterapia.
Gattefossé propôs o uso de óleos essenciais para tratar doenças que afetam todos os órgãos, utilizando como evidência de eficácia os testemunhos de casos, os quais não são considerados evidência relevante.
Ainda assim, esta terapia ganhou popularidade, sendo utilizada na área da saúde, cosmética e produtos de higiene, como forma de promoção do bom humor e bem-estar dos seus utilizadores.
7 ÓLEOS ESSENCIAIS NA AROMATERAPIA
No conceito da aromaterapia, existem 7 óleos essenciais a destacar, de acordo com a finalidade que procura, nomeadamente:
1. Alecrim
- Estimulante;
- Aliado no tratamento de problemas respiratórios e musculares;
- Desintoxica a vesícula biliar, o fígado e o pâncreas;
- Favorece o crescimento do cabelo.
2. Alfazema/Lavanda
- Alivia a tensão associada à TPM;
- Funciona como antidepressivo, calmante, relaxante e sedativo;
- Trata gripes e constipações;
- Tem ação cicatrizante;
- Alivia a dor;
3. Amêndoas doces
- Hidratante para a pele
- Ação anti-inflamatória;
4. Bergamota
- Combate a tensão, o stress e a depressão;
- Trata infeções urinárias e problemas no estômago;
- Trata a acne, o eczema, a psoríase, e a pele oleosa;
5. Eucalipto
- Analgésico;
- Depurativo;
- Antiviral;
- Alivia a expetoração;
6. Hortelã-pimenta
- Analgésico;
- Anti-inflamatório;
- Digestivo;
- Alivia cólicas e náuseas;
- Trata bolhas, cortes, feridas, queimaduras e picadas de insetos;
7. Rosa mosqueta
- Hidratante;
- trata queimaduras e feridas na pele;
- disfarça marcas e trata inflamações;
Outros aspetos importantes nesta terapia são que os óleos essenciais devem ser 100% puros e provenientes de agricultura biológica.
Já o frasco onde são guardados deve ser de uma destas cores: azul-escuro, metalizado ou castanho-escuro, devendo indicar o nome da planta em latim com identificação do género, espécie e subespécie.
Evidência científica sobre aromaterapia
Existem algumas aplicações sustentadas da aromaterapia, mas a maioria fora da área da saúde, nomeadamente na cosmética, como aromatizantes e também para dar sabor a alimentos e produtos de tabaco (embora sejam tóxicos em grandes doses).
Na área da saúde, alguns produtos de venda livre que contêm óleos essenciais funcionam como descongestionantes, têm ação anti-bacteriana, propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.
Além disso, existem alguns que poderão ter um efeito sinérgico se utilizados com os fármacos convencionais.
Relativamente a patologias específicas, existem alguns resultados promissores no tratamento da alopécia, da ansiedade, do stress, da perturbação de sono, da demência e da hipertensão. No entanto, a maioria dos efeitos terapêuticos associados aos óleos essenciais não estão apoiados por evidência científica relevante.
De facto, verifica-se que nesta área a maioria dos estudos têm fraca qualidade metodológica devido a amostras reduzidas e dificuldades na construção de um bom controlo para mascarar a substância placebo.
Além disso, pouco se sabe sobre o possível mecanismo de ação dos óleos essenciais na maioria destas patologias. Uma das possibilidades é a conexão entre o olfato e o sistema límbico (região do cérebro responsável pelas emoções) que justificaria os efeitos da aromaterapia no humor e nas emoções.
No entanto, são necessários mais estudos detalhados e com boa base metodológica para aprofundar a evidência sobre a ligação do olfato com o sistema límbico.
Os efeitos adversos dos óleos essenciais
A maioria dos óleos essenciais são seguros, desde que utilizados nas doses e nas formas indicadas (inalada ou colocados na pele), não devendo nunca ser ingeridos.
Os principais efeitos adversos que poderão causar são irritação da pele e alergias, no caso de alguns óleos. O efeito adverso mais relevante é o risco de ginecomastia reversível com a utilização tópica de óleos de lavanda e de árvore do chá.
Estes óleos parecem ter um efeito estrogénico e antiandrogénico e, por essa razão, convém evitar nos homens e doentes com cancros influenciados pelos estrogénios (ex. alguns tipos de cancro da mama).
Em suma…
Como referido anteriormente, existem potenciais efeitos benefícios da aromaterapia e da aplicação dos óleos essenciais.
A sua utilização recomenda-se, essencialmente, como aromatizante, como técnica de relaxamento, utilizando os óleos de forma isolada ou durante uma massagem. Poderá até ajudar a reduzir de forma temporária os níveis de ansiedade e contribuir para uma sensação de bem estar.
No entanto, ainda não existe evidência relevante que estes óleos curem qualquer tipo de doença. Existe, sim, plausibilidade biológica para que alguns destes compostos tenham verdadeiras propriedades terapêuticas em algumas patologias específicas. No entanto, como ainda não há evidência conclusiva, são necessários mais estudos que comprovem estes efeitos para se considerar a aromaterapia uma alternativa relevante na área da saúde.