De um modo geral, antibióticos não devem ser tomados durante a gravidez, no entanto, existem casos em que poderão ser indispensáveis para a saúde da mulher grávida e do feto. Nesses casos, a toma de antibióticos na gravidez deve ser equacionada de acordo com uma cuidada avaliação risco/benefício.
Há poucas informações clínicas sobre o efeito de novos antibióticos na gravidez e risco de complicação fetal. Portanto, os antibióticos mais antigos são tipicamente os primeiros a ser prescritos pelos obstetras, pois é sobre estes que se apoiam a maior parte dos testes na gravidez.
No entanto, em alguns casos, apesar da falta de testes em humanos durante a gravidez, os obstetras enfrentam um problema de risco versus benefício. Se os benefícios de prescrever antibióticos na gravidez superam os riscos potenciais, o antibiótico em questão é escolhido.
É assim importante desmistificar esta questão. Em alguns casos, como são exemplo as infeções do trato urinário, deixar a infeção por tratar representará um risco maior para a gravidez e para o feto do que os riscos implicados na toma do antibiótico para a tratar.
É SEGURO TOMAR ANTIBIÓTICOS NA GRAVIDEZ?
A prescrição de antibióticos na gravidez é sempre muito bem ponderada. Por isso, o ponto primordial é confiar no seu médico.
Por norma, a toma de antibióticos na gravidez é realizada segundo estes critérios:
- Usar apenas antibióticos quando nenhuma outra opção de tratamento for suficiente;
- Evitar a prescrição de antibióticos durante o primeiro trimestre de gravidez, quando possível;
- Escolher um antibiótico seguro na gravidez;
- Prescrever a menor dosagem possível comprovada.
Nunca devem ser tomados antibióticos sem uma cuidada avaliação médica. Se o seu médico prescrever um antibiótico na gravidez, é provável que o medicamento se insira na categoria A ou categoria B da lista de medicamentos aprovados para uso durante a gravidez.
Nesta lista, mundialmente aceite, encontram-se descritas cinco categorias que variam de acordo com a evidência e o potencial risco de causar defeitos congénitos, se usado durante a gravidez. As categorias são determinadas pela confiabilidade da documentação e pela relação risco/benefício. As categorias são: A, B, C, D e X.
Na categoria A constam os antibióticos que não apresentaram risco aumentado de anomalias fetais. Enquanto no extremo oposto, categoria X, constam os que demonstraram evidências positivas de anomalias fetais, sendo o seu uso contraindicado em mulheres que estão ou podem engravidar.
LISTA DE ANTIBIÓTICOS QUE NÃO DEVEM SER USADOS NA GRAVIDEZ
Esta é a lista de antibióticos que não devem fazer parte da sua medicação se está grávida:
- Fluoroquinolonas, como a ciprofloxacina, levofloxacina, entre outras têm descritas possibilidade de anomalias dos ossos e articulações (observadas apenas em animais);
- Nitrofurantoína tem descrita uma possível rutura dos glóbulos vermelhos em mulheres ou fetos que têm deficiência de uma enzima chamada G6PD;
- A tomas tetraciclinas aumenta a possibilidade de crescimento ósseo mais lento e amarelamento permanente dos dentes;
- O Trimetoprim poderá causar defeitos no cérebro e na medula, como espinha bífida.
NÃO TEMA A TOMA DE ANTIBIÓTICOS NA GRAVIDEZ
Existem antibióticos que podem ser utilizados com segurança em qualquer momento da gravidez, mas existem também aqueles que são comprovadamente danosos para o feto.
Caso sejam seguidas as orientações do seu médico, não necessita de ter medo de tomar antibióticos durante a gravidez. Muitos dos antibióticos permitidos na gestação já são usados há décadas sem que tenham sido identificados graves problemas de malformação.