Anorexia fisiológica é o termo que se utiliza quando existe diminuição do apetite em crianças durante os primeiros anos de vida.
Esta fase do crescimento de uma criança é normal, pois acontece quando existe uma desaceleração do desenvolvimento.
O que é e porque acontece a anorexia fisiológica?
A anorexia fisiológica acontece porque a partir do primeiro ano de vida o crescimento da criança é inferior. Ou seja, se até aos 12 meses os bebés precisavam de se alimentarem para crescerem, a partir daqui as necessidades alimentares são menores.
Por volta do primeiro ano de idade, as crianças passam a comer menos, sendo este um dos temas mais falados nas consultas de pediatria.
Face às necessidades energéticas inferiores àquelas que estavam habituados enquanto bebés que passavam por um processo de diversificação alimentar, os bebés começam a ingerir menos quantidade de alimentos, como consequência da falta de apetite, e até mesmo recusar alimentos.
Mas a anorexia fisiológica não acontece apenas aos 12 meses. Entre 1 e 5 anos de idade muitas crianças passam por esta fase, podendo ficar cerca de 3 ou 4 meses sem qualquer ganho de peso.
Os pais devem forçar os filhos a comer?
Muitos pais tentam forçar os seus filhos a comerem mais do que aquilo que realmente eles precisam, principalmente porque existe o receio que a anorexia fisiológica esteja a causar problemas de saúde mais graves ou uma deficiência nutricional.
Regra geral isso não é verdade, e pode ser ainda um fator que vai ajudar a desenvolver o sentimento contrário. Isto é, alimentação forçada pode ser uma ajuda a diminuir o apetite da criança.
Comer menos do que os pais gostariam pode ser muito desafiante, principalmente porque o sentimento de que os filhos não se estão a alimentar convenientemente está sempre presente.
Ainda assim, forçar a ingestão de alimentos não é recomendado. Todos nós comemos quando sentimos fome e as crianças são exatamente iguais: acabam sempre por comer quando têm fome.
Como melhorar a anorexia fisiológica?
É importante dar á criança alimentos saudáveis e praticar uma alimentação adequada com todos os grupos da roda dos alimentos.
Não é por estar numa fase em que come menos que os pequenos snacks com alimentos ricos em açúcar e gordura devem ser oferecidos. Pelo contrário, só contribuem para aumentar o aporte calórico sem qualquer valor nutricional e acabam por comprometer o apetite para a refeição principal.
As refeições devem ser levadas com calma e não devem ser confundidas com “um campo de batalha”. As pressões e a insistência levam a que a criança se sinta desconfortável e com isso a tendência é a de evitar este tipo de momentos.
A ansiedade dos pais leva a que o ambiente familiar não seja o mais favorável, e esse é também outro aspeto que leva a criança a tentar escapar deste tipo de situações.
Características de uma criança com um declínio normal do apetite:
- Parece que a criança não come o suficiente, nunca está com fome, ou não vai comer a menos que você o alimente;
- A criança tem entre 1 e 5 anos de idade;
- O nível de energia permanece normal;
- A criança está a crescer normalmente, mesmo com a falta de apetite.
Nota final…
Esta situação, tal como vimos anteriormente, não é assim tão estranha quanto parece, apesar de afligir todos os pais que a presenciam.
É fundamental que leve o bebé ou a criança ao médico para confirmar que o mesmo não está a comprometer a sua nutrição e tentar arranjar alternativas para potenciar a ingestão de alimentos, sempre evitando forçar a criança a comer alimentos que não quer.