Sabia que cerca de 5% da população já teve um aneurisma cerebral? Está ciente dos riscos que um aneurisma pode trazer a curto e a longo prazo?
Venha descobrir tudo sobre este problema tão comum, desde os sintomas a que deve estar atento, às principais causas e fatores de risco associados. Saiba-se prevenir, conhecendo o inimigo e estando preparado para ele.
O que é um aneurisma cerebral?
Um aneurisma é uma situação muito frágil que acontece no interior de um vaso sanguíneo. Passa a chamar-se aneurisma cerebral quando este vaso, que acaba por aumentar de tamanho, se encontra no cérebro.
Por norma, qualquer vaso pode ser afetado apesar de serem os vasos enfraquecidos por algum motivo que desencadeiam um aneurisma. O que se verifica é um aumento da pressão do sangue no interior dessa mesma artéria que é menos resistente e que, com o passar do tempo, vai crescendo progressivamente.
O tamanho deste aneurisma é variável, podendo ir de poucos milímetros até mesmo 1 centímetro ou 2, tratando-se estes de aneurismas muito grandes.
Porque é que um aneurisma pode ser muito perigoso?
Tal como já foi dito, a artéria que sofre um aneurisma acaba por inchar, aumentando gradualmente o seu tamanho.
Algumas pessoas têm alguns aneurismas ao longo da vida, os chamados aneurismas assintomáticos, que não resultam em problemas mais graves ou mesmo nalgum tipo de sintoma.
No entanto, por vezes, este aneurisma rompe-se no interior do cérebro, resultando num acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC), devido à hemorragia resultante, de forma súbita. Esta hemorragia traz como consequência um aumento da pressão intracraniana acabando por lesar partes do cérebro e comprimindo o encéfalo. Esta hemorragia, se não for detetada de imediato e intervencionada logo, leva à morte.
Como se distinguem os aneurismas?
Existem 4 tipos de aneurismas cerebrais e são eles:
- Aneurisma cerebral sacular (variam no tamanho, indo desde poucos milímetros até 1 centímetro);
- Aneurisma cerebral sacular gigante (costumam ter mais de 2 centímetros);
- Aneurisma cerebral sacular múltiplo (com maior hereditariedade);
- Aneurisma cerebral fusiforme (relacionado com a forma que apresenta).
Os principais sintomas de um aneurisma cerebral
Nem todas as pessoas que sofrem ao longo da vida de um ou mais aneurismas cerebrais tem sintomas. Há, no entanto, um lado positivo e um lado negativo neste facto.
A ausência de sintomas pode ser benéfica no sentido em que um aneurisma que não tem sintomas, teoricamente é um aneurisma menos grave. Nesse casos, a doença apenas é detetada quando a pessoa passa por uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética por qualquer outro motivo que não o de aneurisma cerebral.
No entanto, a ausência de sintomas também dificulta em muito o diagnóstico o que pode torna impossível deteta-lo precocemente e iniciar um tratamento adequado rapidamente.
Os sintomas, quando existentes, vão depender de inúmeros fatores como da localização, se rompeu ou não, se houve sangramento ou não, mas podem incluir:
- Rigidez no pescoço;
- Visão dupla;
- Perda de visão;
- Fraqueza muscular ou dificuldade na mobilização que qualquer parte do corpo;
- Queda/descaimento da pálpebra;
- Dor de cabeça intensa e súbita (que se torna mais grave quando acompanhada por vómitos);
- Náuseas e vómitos;
- Perda de consciência ou confusão mental;
- Convulsões;
- Dormência ou diminuição da sensibilidade de qualquer parte do corpo.
Sempre que houver uma evolução muito rápida de um aneurisma cerebral com rutura deste, os sintomas são muito intensos e passam pela “maior dor de cabeça e sempre”, vómitos intensos pela hemorragia cerebral, desmaio e, se não for imediatamente tratado, morte.
Como prever a evolução de um aneurisma?
Sempre que se verifica um caso destes, com rutura associada, é possível prever os sintomas e a evolução da doença segundo uma escala previamente definida:
- Grau 1: suave dor de cabeça, com sensibilidade à luz; chance de sobrevivência: 80%;
- Grau 2: forte dor de cabeça com grande sensibilidade à luz e alguma sensação de cansaço; chance de sobrevivência: 60%;
- Grau 3: forte dor de cabeça com grande sensibilidade à luz e muito cansaço; chance de sobrevivência: 50%;
- Grau 4: desmaio e início de estado vegetativo com chance de sobrevivência de 20%;
- Grau 5: coma profundo com complicações e chance de sobrevivência de 10%.
Principais causas de um aneurisma cerebral
Um aneurisma desenvolve-se quase sempre pelos mesmos motivos, independentemente do tipo de aneurisma que se fala.
Tal como foi falado anteriormente, estes surgem, no cérebro, quando a parede de um vaso sanguíneo está enfraquecida levando a que haja um entupimento desse mesmo vaso. Este enfraquecimento pode existir desde a nascença, devido a problema congénitos ou pode aparecer mais tarde, derivado de estilos de vida menos saudáveis ou outros problemas incontroláveis pela própria pessoa.
A pressão arterial alta e problemas como aterosclerose estão muitas vezes na origem de aneurismas, uma vez que se verifica o desenvolvimento de depósitos de gordura no interior dos vasos mais sensíveis. Também acidentes com traumas físicos na cabeça podem ser o estímulo inicial de um aneurisma cerebral.
Apesar de todos estes motivos, existem casos onde é difícil prever a causa do aneurisma.
Fatores de risco associados à doença
Existem diversos fatores que pode estar na origem de um enfraquecimento da parede arterial, aumentando assim o risco de sofrer um aneurisma.
- Adultos (os adultos, entre os 40 e os 50 anos de idade, estão mais predispostos a sofrer um aneurisma cerebral, especialmente as mulheres);
- Fumo;
- Hipertensão;
- Aterosclerose;
- Uso de drogas, em especial a cocaína;
- Infeções sanguíneas;
- Consumo excessivo de álcool;
- Histórico de aneurisma na família.