Farmacêutica Rita Teixeira
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11 Jul, 2019 - 15:52

O que sabe sobre o aneurisma da aorta?

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O aneurisma da aorta pode ter origem na zona torácica ou abdominal e normalmente não apresenta sintomas, o que dificulta o diagnóstico. Saiba mais.

O que sabe sobre o aneurisma da aorta?

Um aneurisma da aorta, logo a seguir ao aneurisma cerebral, é o mais preocupante e que mais consequências pode trazer para o doente.

Mas antes de ler tudo sobre este problema, convém perceber o que é um aneurisma bem como o que é a aorta.

Um aneurisma não é mais do que uma dilatação anormal de uma artéria sanguínea que acaba por provocar um enfraquecimento desse vaso. Normalmente atingem diâmetros muito superiores ao diâmetro normal.

Um doente pode viver toda a vida com um aneurisma, sem ter sintomas e sem este rebentar, mas, de um momento para o outro, devido a variadíssimas causas, este pode rebentar trazendo consequências muito graves, sendo a mais grave de todas a morte.

A aorta é a maior artéria existente no organismo humano e tem uma das funções mais importantes do corpo humano: esta artéria recebe o sangue rico em oxigénio do coração, levando-o através das suas imensas ramificações a cada centímetro do corpo. Está, então, responsável pela distribuição de oxigénio a todas as células.

Que tipos de aneurisma da aorta existem?

aneurisma da aorta coracao

Uma vez que a aorta é uma artéria grande e muito importante, podemos dividi-la em várias partes.

À parte da aorta que passa pela cavidade torácica, dá-se o nome de aorta torácica. Já quando esta passa pela zona abdominal, tem o nome de aorta abdominal.

Quando a aorta sofre um aneurisma, este vai ter o nome consoante a zona em que ocorre: aneurisma da aorta torácica ou aneurisma da aorta abdominal.

Como se diferenciam um aneurisma da aorta abdominal de um aneurisma da aorta torácica?

1. Aneurisma da aorta abdominal

A aorta abdominal é o local onde é mais frequente ocorrerem aneurismas, especificamente no segmento situado abaixo dos rins. Estes definem-se quando há uma dilatação focal da artéria, envolvendo várias camadas vasculares obtendo um diâmetro igual ou superior a 3 centímetros.

Ocorrem cerca de 5 vezes mais em doentes do sexo masculino e a incidência tem tendência a aumentar com a idade, sendo raros os casos antes dos 60 anos de idade.

2. Aneurisma da aorta torácica

Já os aneurismas da aorta torácica, têm sido cada vez mais diagnosticados precocemente, devido a serem identificados com mais frequência, quando se suspeita de outras doenças onde é necessário recorrer a tomografias computacionais.

Neste tipo de aneurisma, o que se verifica é que que as paredes da aorta começam a degradar-se devido a um outro problema chamado necrose cística da camada média, que tem como consequência a dilatação da parte da aorta mais próxima do coração.

Principais causas de um aneurisma da aorta

aneurisma da aorta tabagismo

Os principais fatores são aqueles que vão ter interferência direta na qualidade das artérias, em específico da aorta. O tabagismo, a hipertensão arterial, a aterosclerose e a presença de historial familiar são os principais fatores de risco para a formação de um aneurisma, sendo que 95% destes ocorrem devido ao estreitamento da parede da aorta, ou seja, aterosclerose.

Também podem ocorrer quando a camada muscular da parede da aorta se apresenta frágil devido a defeitos congénitos ou a traumatismos.

Como se manifesta um aneurisma da aorta abdominal?

Não é fácil identificar este aneurisma, uma vez que a maior parte deles se mantém assintomáticos até à sua rutura. Assim, não existem sintomas detetáveis, uma vez que apenas podem ser descobertos em consultas médicas ou exames médicos e, na maior parte dos caos, por outros motivos.

No entanto, em casos raros, por vezes existem alguns sinais como fortes dores abdominais, que se tornam crónicas, ou complicações trombo-embólicas. A parte negativa da existência de sintomas é que estes implicam, normalmente, um rompimento do aneurisma de uma forma muita mais célere.

Aquando da rutura, existem vários sintomas que podem aparecer como dor abdominal e lombar, hipotensão, massa abdominal pulsátil, enfarte agudo do miocárdio, cólica renal ou biliar ou mesmo morte.

E um aneurisma da aorta torácico?

aneurisma da aorta forte dor no peito

De uma forma similar ao anterior, os sintomas não são detetáveis facilmente, podendo mesmo o aneurisma atingir um tamanho demasiado grande, sem sinais visíveis.

Os sintomas, raros, mas que podem aparecer são:

  • Fortes dores em diversas zonas como maxilar, pescoço, peito e costas
  • Tosse, muitas vezes sanguinolenta devido à pressão exercida pelo aneurisma sobre a traqueia ou vis aéreas respiratórias
  • Dificuldades respiratórias e de deglutição, quando há pressão sobre o esófago
  • Rouquidão, devido à pressão sobre o nervo da laringe responsável pela voz
  • Síndrome de Horner, que engloba um conjunto de sintomas como constrição da pupila, descaimento da pálpebra e falta de sudorese de um lado do rosto. Todos estes sintomas são resultado da uma pressão forte exercida sobre certos nervos do tórax
  • Pulsações anormais na zona do tórax

Quando há rompimento do aneurisma, geralmente este provoca dores extremas na região superior das costas que pode irradiar para a região inferior das costas, para o abdómen, tórax e braço.

Como é realizado o tratamento de um aneurisma da aorta?

aneurisma da aorta cirurgia ao coracao

O tratamento de um aneurisma da aorta não segue um protocolo previamente definido uma vez que este vai depender de vários fatores. O tamanho é um deles, uma vez que quando o aneurisma é pequeno e assintomático pode ser suficiente um acompanhamento mais regular bem como tratamento unicamente para os fatores que possam levar ao agravamento desse aneurisma.

No entanto, quando o aneurisma é de grandes dimensões a cirurgia passa a ser muitas vezes uma das soluções mais utilizadas.

De qualquer forma, a prevenção é deveras importante. A adoção de um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação variada e controlada e exercício físico são indispensáveis, nomeadamente para reduzir o risco de aterosclerose e hipertensão, sendo estes os fatores de risco mais relacionados com este problema.

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