A anemia é uma doença do sangue provocada por uma diminuição do número de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina no sangue. Esta redução de hemoglobina resulta numa dificuldade em transportar o oxigénio nos tecidos do corpo.
A anemia na gravidez mais precisamente no segundo trimestre de gestação, esta situação de fragilidade acentua-se. Enquanto no primeiro trimestre de gestação o facto de a mulher não menstruar reduz as perdas de ferro, no segundo trimestre de gravidez há um aumento da produção de glóbulos vermelhos por parte da mãe.
VALORES DE REFERÊNCIA DE HEMOGLOBINA NA GRAVIDEZ
De acordo com a Direção Geral da Saúde, os valores de hemoglobina de referência para a grávida são:
- 11 g/dL de hemoglobina no 1.º e 3.º trimestres;
- 10,5 g/dL no 2.º trimestre;
- 10 g/dL no período pós-parto.
TIPOS DE ANEMIA NA GRAVIDEZ
- Anemia ferropénica – É a mais comum durante gravidez e é causada por uma deficiência de ferro.
- Anemia perniciosa – ocorre devido a um défice de vitamina B12, uma vez que esta vitamina desempenha um papel importante na produção de glóbulos vermelhos.
- Anemia megaloblástica – tem origem na carência de ácido fólico (vitamina B9), que provoca uma menor produção de células sanguíneas, resultando numa menor oxigenação dos tecidos e restrição do crescimento do feto.
QUAIS OS SINTOMAS DE ANEMIA NA GRAVIDEZ?
Os sintomas mais comuns da anemia na gravidez são:
- Fadiga;
- Aumento da frequência cardíaca;
- Falta de ar;
- Palidez;
- Queda de cabelo;
- Alterações da pele e fragilidade das unhas;
- Má resposta ao esforço (cansaço);
- Distúrbios de sono;
- Dificuldades de concentração.
QUAIS SÃO OS RISCOS PARA A MÃE E BEBÉ?
A doença pode dar origem a uma série de doenças maternas e fetais.
Entre os problemas que podem afetar a mãe, destaca-se o risco aumentado de insuficiência cardíaca e uma maior predisposição para desenvolver infeções.
As complicações podem estender-se ao período pós-parto, havendo maior probabilidade de ocorrer uma hemorragia e um atraso na recuperação pós-cesariana.
Quanto ao bebé, o crescimento e desenvolvimento podem ser afetados, tanto ao nível intrauterino, como depois de o bebé nascer, a longo prazo.
Para além da ameaça de prematuridade, há um risco três vezes superior de morte no útero.
COMO OBTER O FERRO DA ALIMENTAÇÃO?
A anemia ferropénica é, sem dúvida, a mais comum. Assim a ingestão de ferro é fundamental.
O ferro pode ter duas origens: animal e vegetal.
Alimentos com ferro de origem vegetal
- os vegetais de folhas verde escuras – espinafre, agrião, rúcula, brócolos);
- leguminosas (feijão, lentilhas, favas, ervilhas).
Alimentos com ferro de origem animal
- carnes vermelhas;
- carnes de aves;
- peixe.
O primeiro cuidado preventivo da anemia é a adoção de uma alimentação saudável e equilibrada, que inclua o ferro vegetal e o ferro animal na mesma refeição, de forma a potenciar a absorção de ferro pelo organismo.
A IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO
A anemia é tratada através de suplementação dos nutrientes em falta.
Como a anemia na gravidez é bastante comum, os médicos optam normalmente pela suplementação de ferro e ácido fólico durante a gravidez de modo a prevenir tanto a ocorrência de anemia como a de malformações ligadas ao défice de ácido fólico.
Estes comprimidos com ferro e ácido fólico devem ser tomados antes das refeições ou durante as refeições.
Quando as preparações de ferro são administradas por via oral é frequente o aparecimento de fezes de coloração verde escura ou pretas. Isto deve-se à presença de ferro não absorvido e não é nocivo.