Share the post "Anemia ferropriva: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento"
Anemia ferropriva é um tipo de anemia onde se verifica uma privação ou deficiência de ferro no sangue, o que tem como consequência, uma diminuição da produção, do tamanho e teor de hemoglobina no sangue, prejudicando consequentemente toda a cascata de produção das hemácias.
A hemoglobina é essencial no organismo, uma vez que ela é responsável pelo transporte de oxigénio para todas as células do corpo humano. A diminuição da hemoglobina no sangue pode provocar consequências graves no organismo.
Este tipo de anemia é preocupante, uma vez que pode colocar em risco a vida da pessoa, nomeadamente quando os valores de hemoglobina na mulher estão inferiores a 11 g/dl e no homem abaixo dos 12 g/dl.
Anemia ferropriva: fatores de risco associados
Está comprovado que o maior fator de risco nesta patologia é a ingestão alimentar insuficiente de ferro, que se verifica frequentemente nas crianças/adolescentes, idosos e grávidas.
Outros grupos que estão em risco são: vegetarianos mal orientados, doentes que são submetidos a cirurgia bariátrica com o objetivo de perder peso corporal, pessoas que sofrem com hipotiroidismo ou pessoas que realizam dádivas de sangue frequentemente.
Anemia ferropriva: causas possíveis
Este tipo de anemia pode ser provocada por quatro motivos:
- Ingestão alimentar insuficiente de alimentos que contenham ferro;
- Gravidez, uma vez que o organismo da mulher prioriza o desenvolvimento do bebé, o que faz com que o stock de ferro presente seja direcionado para o desenvolvimento fetal;
- Diminuição da absorção de ferro pela mucosa intestinal, cuja causa pode ser por:
- Cirurgias onde se removem parte do estômago ou intestino;
- Parasitoses intestinais;
- Dejeções líquidas (diarreia) frequentes;
- Doença celíaca, devido à inflamação crónica da mucosa intestinal.
- Hemorragias recorrentes, causadas por:
- Hemorragias crónicas do sistema gastrointestinal (causado por exemplo pela doença de Crohn, varizes esofágicas, hérnias ou úlceras gástricas, entre outras situações);
- Hipermenorréia ou fluxo menstrual anormalmente elevado e extenso no tempo;
- Miomas uterinos;
- Epistáxis (sangramento nasal) ou hematúria (sangue na urina) constantes.
Anemia ferropriva: sintomas associados
Este tipo de anemia pode apresentar-se de forma subtil no inicio da patologia, no entanto à medida que agrava pode manifestar-se da seguinte forma:
- Cansaço fácil, que agrava com esforços;
- Fraqueza generalizada;
- Sonolência;
- Desânimo;
- Tonturas e/ou sensação de desmaio iminente;
- Taquicardia (frequência cardíaca acelerada, nos adultos acima dos 100 batimentos por minuto);
- Pele e mucosas descoradas (pálidas);
- Cefaleias (dores de cabeça);
- Dores nos membros inferiores (pernas);
- Edema (inchaço) dos tornozelos;
- Queda de cabelo;
- Unhas frágeis e quebradiças;
- Geofagia ou Pica (vontade incontrolável de ingerir terra);
- Diminuição do apetite;
- Diminuição da capacidade de concentração e raciocínio;
- Lapsos da memória;
- Diminuição do apetite sexual;
- Pele seca.
Anemia ferropriva: diagnóstico
O diagnóstico desta patologia é realizado através de controlo analítico, ou seja através de análise ao sangue, onde será colhido um tubo para hemograma, que avalia a quantidade de hemoglobina, os valores de RDW, nível sérico de ferro, ferritina, transferrina e saturação de transferrina.
A anemia ferropriva é percebida pela diminuição de ferro sérico e da ferritina (proteína que armazena o ferro), aumento da transferrina (proteína que transporta o ferro quando está fora dos glóbulos vermelhos) e da saturação da transferrina.
Quando o médico considera que a diminuição do ferro no sangue não é causada devido à alimentação, ele poderá requerer os seguintes exames de forma a determinar a causa da anemia:
- Endoscopia Digesta Alta;
- Colonoscopia;
- Exame Parasitológico de Fezes;
- Esfregaço da Medula Óssea;
- Análise à urina;
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Anemia ferropriva: tratamento
O tratamento deve ser feito tendo em conta a causa subjacente da patologia, no entanto, baseia-se maioritariamente na suplementação medicamentosa de ferro durante aproximadamente quatro meses e numa dieta rica em alimentos que contenham ferro (por exemplo: carnes vermelhas, espinafres, feijão preto, lentilha, salsa, gema do ovo, fígado, entre outros).
Tenha em atenção de que os suplementos de ferro tornam as fezes escuras ou pretas e com frequência causam obstipação.
É aconselhado também a ingestão de alimentos que potencializam a absorção do ferro, como por exemplo, alimentos ricos em Vitamina C, bem como deve diminuir a ingestão de alimentos que possam favorecer ainda mais a diminuição da absorção do ferro, como por exemplo, a cafeína ou o chocolate.
Nos casos em que a suplementação de ferro por via oral não é eficaz, é necessário ponderar o recurso à administração de ferro via parental (intravenosa).
É importante realizar um controlo analítico três a quatro meses após o inicio do tratamento, uma vez que ferro em excesso pode prejudicar o fígado.
Apenas o médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.