A andropausa, também chamada de insuficiência androgénica parcial do homem (PADAM, em inglês), caracteriza-se pela redução do índice de testosterona corporal, diminuição da libido, entre outros aspetos relacionados com a sexualidade e com a atividade física.
No homem, um dos sinais frequentes no envelhecimento é a lentidão das respostas sexuais, nomeadamente a resposta erétil, o que lhes causa algum incómodo, tendo em vista que costumam associar a rapidez na ereção com maior excitação e envolvimento no ato sexual, o que nem sempre é verdade.
Que alterações acontecem na andropausa?
A andropausa consiste numa síndrome clínica e num quadro bioquímico, resultante do envelhecimento do homem, devido à lenta e progressiva diminuição dos níveis séricos de testosterona. Tudo junto resulta numa síndrome de insuficiência androgénica que afecta, negativamente, os órgãos, os sistemas e as suas funções.
A idade de início pode ser tão precoce como os 40 anos ou tão tardia como entre os 65 e os 70 anos de idade. A andropausa pode causar alterações significativas na qualidade de vida e afectar negativamente a função de múltiplos órgãos.
Que Sintomas acompanham o envelhecimento do homem?
O envelhecimento do homem é, de facto, acompanhado por sintomas e sinais que se associam a uma deficiência androgénica, entre os quais:
- Diminuição da massa e força muscular;
- Aumento da gordura abdominal, principalmente visceral;
- Resistência à insulina;
- Diminuição da libido;
- Diminuição pilosa;
- Osteoporose;
- Diminuição da performance cognitiva;
- Depressão;
- Angústia;
- Insónia;
- Sudorese;
- Disfunção erétil;
- Diminuição da sensação de bem-estar geral.
Que alterações acontecem nas relações sexuais?
No que toca as relações sexuais, uma das mudanças observada está relacionada com as ereções, com a diminuição da rigidez do pénis. Quando os homens atingem os 60/70 anos, a ereção não tem a mesma firmeza, comparativamente com a alcançada uns anos antes.
Na verdade, o processo continua o mesmo: o pénis enche-se de sangue, o que aumenta o seu tamanho e torna-o mais rígido. As ereções são semelhantes ao que ocorreria anteriormente, mas não são tão firmes, grandes e vigorosas, como no passado.
É importante que os homens, de todas as idades, tenham conhecimento da fisiologia da resposta sexual ao longo do tempo .
É fundamental que os casais reconheçam as mudanças que estão a ocorrer no corpo de cada um, como parte do processo de envelhecimento e não como um instrumento de avaliação do relacionamento ou do interesse sexual do seu parceiro.
Um dos principais problemas relacionados com a andropausa e também a menopausa é a aceitação da nova realidade sexual. A sexualidade pode ser exercida de várias formas, não apenas pela penetração na relação sexual e, mesmo nestes casos, há soluções para melhorar a qualidade do sexo. Fale com o seu andrologista .
Quais são os principais Sintomas da andropausa?
Os sintomas dividem-se em alterações sexuais, alterações neurológicas e alterações físicas.
Alterações sexuais
- Diminuição da qualidade erétil (particularmente ereções noturnas)
- Diminuição do desejo sexual
- Disfunção erétil
- Diminuição da libido
- Maior dificuldade em atingir o orgasmo
- Diminuição da sensibilidade no pénis
Alterações neurológicas
- Falhas na concentração
- Nervosismo
- Perturbações da memória
- Humor depressivo
- Insónias
- Falta de energia
- Falta de sensação generalizada de bem-estar
- Diminuição da actividade intelectual
- Alterações na orientação espacial
- Fadiga
- Situações depressivas e irritabilidade
Alterações físicas
- Redução da massa muscular
- Aumento da gordura visceral
- Mudanças da densidade óssea
- Queixas nas articulações e nos ossos
- Diminuição da pilosidade ( queda de pelos e cabelos)
- Aumento da adiposidade
- Ligeira ginecomastia (aumento do volume das mamas)
- Hipoplasia testicular
- Redução da força
Como fazer o Diagnóstico da andropausa
Enquanto a menstruação é sinal claro de entrada na menopausa, no caso dos homens o diagnóstico não é tão evidente. Na andropausa não há um parâmetro objetivo indicando que iniciou o processo. Os sintomas mais comuns surgem entre os 45 e os 55 anos e resultam de um défice de androgéneo.
É possível perceber, de forma indireta, que o paciente entrou na andropausa, analisando a sintomatologia clínica e diretamente, através de exames, verificando a diminuição do nível de testosterona.
O diagnóstico é feito através de um análises ao sangue, para medir a quantidade de testosterona, de um espermograma, para quantificar a produção de espermatozoides, uma densitometria óssea e do exame do toque retal, para avaliar as condições da próstata.
Tratamento da andropausa
No que respeita ao declínio da testosterona, a intervenção clínica passa muitas vezes por submeter terapias de substituição, no sentido de uma melhoria do estado funcional, na prevenção de doenças, no aumento da qualidade de vida e na redução do risco de consequências físicas e psicológicas, nomeadamente a reposição hormonal.
A introdução da atividade física e mudanças de hábitos de vida são o tratamento inicial ideal. Existem, também, medicamentos que são prescritos para melhorar o desempenho sexual.
Como em qualquer questão relacionada com a sua saúde, o ideal é consultar o seu médico de família ou andrologista, especialmente, pelo risco de enfartes e AVC (acidentes vasculares cerebrais) associado a estes medicamentos.
Quando deve procurar o médico?
Alguns sintomas sexuais da andropausa afetam o homem ao nível sexual, exercendo, igualmente, uma forte influência negativa ao nível relacional e emocional, predominantemente, na autoestima e no bem-estar.
As mudanças físicas e a expetativa com relação ao desempenho sexual podem levar os doentes a estados de depressão. Todos os homens devem passar por uma consulta a partir dos 40 anos, para que se possa avaliar a sua condição geral e prepará-los para o início da andropausa e das mudanças que estão por vir.
Artigo originalmente publicado em Julho de 2020. Atualizado em Setembro de 2022.