Share the post "Amigdalite aguda: conheça os sinais a que deve estar atento"
A dor de garganta, mais corretamente chamada de odinofagia, é um sintoma muito típico do dia-a-dia mas que poderá ter por trás um problema mais grave: uma amigdalite aguda.
Quando há um processo inflamatório das amígdalas, o primeiro sintoma, e mais evidente, são as dores de garanta e o inchaço destas. No entanto, é importante esclarecer que esta inflamação na orofaringe pode também ocorrer na faringe, passando a designar-se faringite aguda.
Mesmo com tratamento apropriado, a amigdalite aguda pode durar até duas semanas ou mais, causando obstrução das vias aéreas devido ao inchaço causado, podendo também, ocasionalmente, desenvolver dificuldades respiratórias e apneia do sono.
É muito típica em crianças, apesar de também existir nos adultos em muito menor extensão, uma vez que as amígdalas tendem a amadurecer dando menos problemas com o passar dos anos. Venha descobrir mais sobre este problema.
Quais os tipos de amigdalite aguda que existem?
Dependendo do agente causador, podemos ter dois tipos de amigdalite:
1. Amigdalite bacteriana
As bactérias são as suas causadoras e a manifestação mais comum é a amigdalite estreptocócica, cuja espécie responsável é a Streptococcus pyogenes também conhecida como estreptococo do grupo A. Estima-se que esta bactéria seja responsável pela infeção de pelo menos 1/3 dos casos de doença entre os 3 e os 13 anos.
Também as bactérias anaeróbias, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae e Corynebacterium diphtheriae podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença. Para todas estas existem um tratamento específico com antibióticos.
2. Amigdalite viral
É o tipo de amigdalite mais comum, especialmente em meses frios e, tal como o nome indica, é causada por diferentes tipo de vírus.
Mas o que são amígdalas?
As amígdalas são a primeira barreira de defesa do sistema imunológico contra as bactérias e vírus que entram na nossa boca, seja pelo ar ou por alimentos.
São duas estruturas, de forma arredondada, localizadas na parte lateral da garganta e na parte posterior da boca que, devido a esta posição vulnerável, são muitas vezes foco de infeção.
Estas são ainda constituídas por tecido linfóide e têm a capacidade de ajudar a prevenir futuras infeções.
Como se manifesta a amigdalite aguda?
Os sintomas mais comuns de uma amigdalite aguda são:
- Dor de garganta;
- Febre;
- Dificuldade e dor ao engolir;
- Dor de ouvidos;
- Mau estar geral;
- Dores corporais e de cabeça;
- Amígdalas inchadas e vermelhas;
- Pontos brancos ou amarelos nas amígdalas;
- Nódulos linfáticos no pescoço;
- Mau hálito.
Podem ainda surgir sintomas como:
- Nariz entupido;
- Corrimento nasal de cor transparente;
- Náuseas;
- Olhos vermelhos;
- Tosse.
Quais os fatores de risco associados à amigdalite aguda?
Existem dois fatores de risco importantes quando se fala de amigdalite e são eles: a idade e a exposição aos vírus e bactéria causadores deste problema.
As pessoas mais jovens costumam ter uma maior probabilidade de contrair a doença, sendo as crianças e pré-adolescentes as mais propensas. A acrescentar a essa tendência, as que frequentam creches e escolas têm maior exposição a vírus e bactérias causadores da inflamação das amígdalas.
A amigdalite é contagiosa?
Qualquer tipo de amigdalite, incluindo a amigdalite aguda, é um processo contagioso e, por isso, que se transmite de pessoa para pessoa.
Pode ser transmitida através da tosse, espirros ou através de gotas de saliva.
No caso das crianças, acresce ainda objetos inanimadas, como brinquedo e chupetas, partilhados por elas.
Como se trata uma amigdalite aguda?
Existem alguns fatores que vão influenciar o tratamento ideal de uma amigdalite aguda. O tipo de infeção e a idade bem como as condições gerais de saúde e respetivos antecedentes são os fatores mais importantes, logo seguidos da extensão da inflamação.
Também a tolerância do paciente para medicamentos e procedimentos médicos é um dado a ter em atenção. Por fim, e para se conseguir controlar melhor o tratamento, a extensão da infeção é um dos fatores mais relevantes.
Para além de algumas medidas básicas, como por exemplo muito repouso e uma boa hidratação corporal, podem ser necessários ainda outros tratamentos destes sintomas. Estes tratamentos podem ser médicos, com recurso a medicação específica ou cirúrgicos, em situações mais especiais e após uma grande extensão e repetição de infeções ao longo do tempo, com agravamento do quadro.
Em relação ao tratamento à base de fármacos, os antibióticos são muitas vezes opção, devendo estes ser prescritos por um médico, uma vez que a auto-medicação é, na maior parte das vezes, prejudicial.
Também medicamentos para baixar a febre (antipiréticos) são muitas vezes utilizados, sempre que há episódios febris e ainda analgésicos, para alívio das dores.
Será a cirurgia uma opção?
Em determinadas situações é necessário recorre a amigdalectomia, uma cirurgia onde se removem as amígdalas. A indicação cirúrgica surge quando se tem um número elevado de amigdalites, hipertrofia amigdalina que leve a síndrome de apneia obstrutiva do sono, suspeita de neoplasias ou história de complicação de amigdalite.
Existem ainda diferentes técnicas para amigdalectomia, sendo as mais frequentes a dissecção fria, dissecção por eletrocauterização, LASER, Coblation e Radiofrequência.