Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
16 Jul, 2024 - 11:28

Doença de Alzheimer: tudo o que precisa saber

Isabel Coimbra

Saiba como se comporta a doença de Alzheimer, como ajudar quem sofre da doenças e como minimizar os riscos do diagnóstico futuro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2050, em todo o mundo, até 139 milhões de pessoas com mais de 60 anos sofram de Alzheimer. Um estudo científico mais recente, de 2022, eleva este número para valores ainda mais alarmantes: em 2050 pode haver 153 milhões de casos diagnosticados nas populações acima dos 40 anos – e mais de 350 mil serão portugueses.

Vivemos naquele que é um dos países mais envelhecidos da Europa e, se estes números se confirmarem, corremos sérios riscos. A doença de Alzheimer é, ainda, incurável.

Considerada como um tipo de demência, a doença é neurodegenerativa e provoca deterioração irreversível e progressiva das funções cognitivas como a atenção, concentração, linguagem, memória ou pensamento que resultam em alterações significativas do comportamento, personalidade e capacidade funcional.

Como se desenvolve a doença de Alzheimer?

Nos casos de Alzheimer, a comunicação no cérebro é dificultada pela formação de tranças neurofibrilhares no seu interior, e placas senis, no espaço exterior entre as células cerebrais.

As conexões entre as células acaba danificada, levando-as à morte. Com a morte dos neurónios, uma vez afetadas as funções cerebrais e verificando-se uma perda das capacidades, raramente é possível recuperar ou reaprender o que se perdeu.

Quais são os tipo de doença de Alzheimer?

A maioria das pessoas julgará que esta doença apenas se manifesta de uma forma, no entanto, a Alzheimer divide-se em dois tipos: a esporádica e a familiar.

Doença de Alzheimer esporádica

A Alzheimer esporádica, é a mais comum, afeta adultos mas acontece com maior incidência a partir dos 65 anos.

A questão genética não é relevante no caso da doença de Alzheimer esporasica tardia, apesar de ser possível herdar uma maior ou menos probabilidade de desenvolver a doença.

O gene ApoE14 está associado ao risco de desenvolver a doença, porém, não é certo que aconteça. A ciência continua à procura das causas para a doença mas, até ao momento, apenas um traumatismo craniano severo parece ser um risco. Porém, no início de 2016, um novo estudo parece indicar que a falta de descanso pode levar à destruição de algumas zonas do cérebro.

Doença de Alzheimer familiar

No caso da doença de Alzheimer familiar, a sua forma mais rara, a doença passa de uma geração para outra. Afeta apenas um número reduzido de pessoas, no entanto, o filho de um paciente com o gene mutado, terá 50% probabilidade de o herdar, podendo desenvolver a doença entre os 40 e 60 anos.

Quais são os fatores de risco da doença de Alzheimer?

O maior risco chega a partir dos 65 anos, porém, se aos 90 anos não desenvolveu a doença terá menor risco que isso aconteça. Há alguns fatores de risco que são também comuns a outras doenças, como por exemplo:

Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?

É preciso estar muito atento uma vez que, no início da doença, os sintomas são muito subtis e podem ser ignorados, confundidos com perdas insignificantes de memória ou dificuldade em encontrar as palavras certas, algo muito comum e que já aconteceu a qualquer um.

Com a progressiva morte das células cerebrais, os sintomas vão agravando. De pessoa para pessoa e de acordo com as áreas afetadas, os sintomas variam e progridem a rimos diferentes. O próprio doente vai sentir variações ao longo do tempo, avanços e recuos na sua condição. No entanto, a doença de Alzheimer é degenerativa, progressiva e incurável.

Conheça alguns sintomas da doença que podem ajudar num diagnóstico.

  • Perda de memória
  • Variações de humor e estado agitado
  • Julgamento afetado
  • Dificuldade em lidar com dinheiro
  • Dificuldade na realização de tarefas habituais
  • Capacidade de decisão afetada
  • Alterar o lugar das coisas
  • Desorientação no tempo e espaço
  • Dificuldades visuais e espaciais
  • Dificuldade em comunicar
  • Repetições no discurso
  • Afastamento social
  • Desmotivação
  • Esquecimento de familiares e amigos
  • Dificuldades motoras e de tato
  • Dificuldade em se vestir
  • Desleixo
  • Esquecer de se alimentar
  • Comportamento inadequado
  • Delírios e paranoia
  • Agressão física e verbal
  • Dificuldade em dormir
  • Comportamento infantil

6 dicas para reduzir o risco de Alzheimer

De acordo com a Associação Portuguesa de Familiares e amigos dos doentes de Alzheimer, há algumas coisas que pode fazer para prevenir a doença ou diminuir o seu risco.

1.

Mantenha o cérebro ativo

Aprenda coisas novas, puxe pelo raciocínio com puzzles, xadrez, palavras cruzadas, jogos de cartas ou damas. Leia muito, escreva mais ainda, aprenda uma nova língua, faça um curso de culinária, aprenda a tocar um instrumento ou outra coisa qualquer. Tenha um passatempo que o apaixone, pratique-o e mantenha-se ativo.

2.

Atenção à alimentação

Já sabe que uma alimentação equilibrada e variada resulta num corpo saudável. Ora, corpo são é igual a mente sã, já diz o ditado.

Aumente o consumo de frutas, legumes e gorduras insaturadas (azeite, nozes, sementes), prefira carnes magras, evite doces, gorduras e fritos, consuma laticínios magros, alimentos ricos em ómega-3, antioxidantes, ácido fólico e vitaminas E e B12.

3.

Faça exercício físico

Como o seu corpo precisa de oxigénio, de água e de comida, também precisa de exercício físico na mesma medida. Deixe o sofá e mexa-se diariamente, seja uma caminhada, uma aula de zumba, um treino de crossfit ou uma aula de yoga na sua sala.

4.

Controle a sua saúde

Esta dica vale para reduzir o risco de Alzheimer como para qualquer outra questão de saúde; é importante que consulte o seu médico de família e faça exames com regularidade. Acredite, é muito mais assustador não saber o que se passa com o seu corpo. E proteja a sua cabeça de lesões.

5.

Livre-se dos vícios

Diga adeus aos vícios, a tudo o que for tóxico na sua vida e represente uma fonte de ansiedade e stress. Comece por se despedir dos mais óbvios, como o álcool, o tabaco ou os estupefacientes. Depois, faça uma análise e livre-se das coisas más que estão a contaminar a sua saúde e a sua vida.

6.

Mantenha-se ativo

Socialmente! Saia de casa, vá até ao café, ao cinema, ao teatro, ao cinema, a concertos, a museus, a eventos desportivos, não recuse convites para festas, aniversários e convívios, conheça novas cidades, mantenha os amigos por perto, enfim, viva!

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