A pílula anticoncecional costuma ser a primeira escolha para muitas pessoas. Cada vez mais esta tendência tem vindo a ser invertida pela procura de alternativas não hormonais à pílula, sendo explicado pela procura de um estilo de vida mais natural e também pelo aumento do autoconhecimento feminino.
De qualquer modo, a mulher deve estar informada sobre as opões contracetivas disponíveis, para poder tomar uma decisão informada acerca do método que melhor se adapta às suas necessidades.
QUAIS OS RISCOS E EFEITOS ADVERSOS DOS CONTRACETIVOS HORMONAIS?
Os contracetivos orais combinados (vulgar pílula) comercializados atualmente contêm doses reduzidas de hormonas, pelo que podem ser utilizados pela generalidade das mulheres, desde a adolescência até a menopausa.
Este método apresenta inúmeras vantagens, nomeadamente:
- Tem elevada eficácia contracetiva;
- Não interfere com a relação sexual;
- Regulariza os ciclos menstruais;
- Melhora a tensão pré-menstrual e a dismenorreia;
- Contribui para a prevenção de: Gravidez ectópica, Cancro do ovário e do endométrio, Quistos funcionais do ovário e Doença fibroquística da mama.
No entanto também apresenta desvantagens e contraindicações, tais como:
- Exige o empenho da mulher para a toma diária da pílula;
- Não protege contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis, nomeadamente SIDA e Hepatite B;
- Pode afetar a quantidade e a qualidade do leite materno quando usado durante a amamentação.
Contra-indicações absolutas:
- Gravidez atual ou suspeita de gravidez;
- Neoplasia hormono-dependente;
- Alterações graves da função hepática (do fígado);
- Antecedentes de AVC, doença arterial cerebral ou coronária (Ex.: Hipertensão grave > 160/100mmHg, diabetes complicada);
- Antecedentes de trombose venosa profunda e doença predispondo a acidente tromboembólico;
- Fumadora – mais 15-20 cigarros/dia e mais de 35 anos.
Contraindicações relativas:
- Diabetes mellitus;
- Hipertensão arterial;
- Lúpus Eritematoso Disseminado;
- Tabagismo (mais de 15 -20 cigarros/dia) em idade superior a 35 anos;
- Hiperlipidémia (níveis elevados de colesterol e triglicerídeos);
- Depressão grave;
- Síndroma de má absorção;
- Cefaleia grave, tipo enxaqueca.
Nestes casos, devem ser procuradas alternativas não hormonais à pílula.
QUAIS AS ALTERNATIVAS NÃO HORMONAIS À PÍLULA?
DIU com cobre
Este Dispositivo Intra-Uterino contém cobre em quantidade muito reduzida. É uma forma de contraceção de longa duração (cerca de 5 anos), muito eficaz e reversível. O DIU contém cobre, razão pela qual se desencadeia uma resposta inflamatória que impede a entrada dos espermatozoides no útero, e altera o endométrio (parede do útero), impedindo a fixação do ovo.
A colocação (e remoção) é feita por um médico, durante um exame ginecológico. É um procedimento simples e indolor, pelo que não é necessário anestesia.
Esterilização cirúrgica
1. Laqueação de trompas (Mulheres)
– Indicações –
- Opção por um método definitivo, de acordo com a lei (mais de 25 anos);
- Contra-indicação médica para a gravidez/maternidade.
– Vantagens –
- Contraceção segura, eficaz e definitiva;
- Não interfere na amamentação;
- Não interfere com a libido;
- Procedimento rápido e com rápida recuperação.
– Desvantagens –
- Risco cirúrgico/anestésico (menor na via histeroscópica);
- Não protege contra Infeções Sexualmente Transmissíveis.
2. Vasectomia (Homens)
Indicado para quando se pretende optar por um método definitivo, com elevada eficácia, com uma incidência muito reduzida de complicações. Trata-se de um procedimento cirúrgico rápido que exige apenas anestesia local, realizada em regime ambulatório.
À semelhança da laqueação das trompas, não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
Métodos de barreira
1. Mecânicos
- Preservativo masculino;
- Preservativo feminino (não disponível em Portugal);
- Diafragma (não disponível em Portugal).
O preservativo masculino apresenta como vantagens a acessibilidade, facilidade de uso e proteção contra doenças sexualmente transmissíveis. Este deve ser colocado corretamente antes da relação sexual, não é reutilizável e após relação sexual deve-se garantir que não ocorreu rutura ou deslocação.
Apresenta, no entanto, como desvantagens:
- Irritabilidade local/alergia;
- Interferência com o ato sexual;
- Eficácia variável, geralmente reduzida.
Químicos
Os espermicidas são as alternativas não hormonais à pílula com eficácia mais baixa.
É uma substância que se aplica na vagina e diminui a capacidade de fecundação dos espermatozoides. Pode ser apresentado sob forma de creme, espuma, esponja, gel, membrana, cones ou comprimidos vaginais. Tem uma taxa prevista de 6% a 26% de falhas durante o primeiro ano de utilização. A eficácia depende da utilização correta e sistemática.
Aconselha-se o seu uso como coadjuvante de outros métodos contracetivos. Não tem efeitos sistémicos, é de utilização fácil e não necessita de supervisão clínica. Pode aumentar a lubrificação vaginal.
Por outro lado, tem baixa eficácia e pode provocar reações alérgicas ou irritativas na mulher ou no homem.