Nutricionista Hugo Canelas
Nutricionista Hugo Canelas
05 Fev, 2023 - 18:27

Alimentos para gripes e constipações não existem. Entenda

Nutricionista Hugo Canelas

Alimentos para gripes e constipações não existem – alguns ajudam a reduzir a duração ou severidade dos sintomas, mas não evitam doenças.

Alimentos para gripes e constipações em cima de mesa

Muito já foi escrutinado relativamente à capacidade para fortalecer o sistema imunitário através de alimentos específicos, havendo quem defenda que determinadas alterações na alimentação podem ajudar a combater os agentes agressores externos. No entanto, convém reiterar que nada na alimentação, nem alimentos nem nutrientes, pode ser usado no sentido de combater infeções virais ou bacterianas. Isto é, alimentos para gripes e constipações não existem.

O objetivo será sempre garantir o normal funcionamento do sistema imunitário, e aí sim a nutrição parece ter um papel decisivo no sentido de reduzir a duração e severidade dos sintomas.

Posto isto, damos a conhecer alguns alimentos e nutrientes que podem ser decisivos no combate a gripes e constipações, garantindo uma mais rápida melhoria dos sintomas.

Alimentos para gripes e constipações

Os 5 que podem ajudar na recuperação

1.

Alho

Taça com alhos

O alho pode ter propriedades antivíricas e antimicrobianas, ajudando o sistema imunitário a combater infeções, incluindo a gripe e as constipações. Segundo um estudo, as pessoas que suplementaram com alho diariamente, durante 3 meses, apresentaram menos constipações do que as que tomaram um placebo.

No entanto, esclarece-se que os resultados foram obtidos através de um suplemento de extrato de alho pelo que o efeito do alimento, no contexto de uma refeição, deve ser mais cuidadosamente estudado.

2.

Alimentos ricos em vitamina C e vitamina E

molho de kiwis

O papel destas duas vitaminas na imunidade está já bem estabelecido, com efeito antioxidante já definido.

Por um lado, a vitamina E é importante para o sistema imunitário na medida em que previne a oxidação da vitamina A, preservando a sua função.

Já a vitamina C é importante na manutenção da integridade da membrana celular e parece ter um papel no controlo dos sintomas da gripe. Não completamente explicado é o facto de os efeitos da vitamina C parecem ser mais pronunciados nas pessoas submetidas a stress físico (desportistas, por exemplo).

Alimentos que apresentam vitamina C incluem a acerola, pimento chili e amarelo, groselha preta, tomilho, salsa, couve, kiwi, brócolo, couve-de-bruxelas, limão, papaia, morango e laranja.

Já os alimentos com maior teor de vitamina E são os óleos de gérmen de trigo, girassol, amêndoa e avelã, sementes de girassol, amêndoas, avelãs, pinhões, castanha do brasil amendoins, abacate, salmão do atlântico, truta, nabiça, manga e kiwi.

Para além disso, muitos dos alimentos ricos em vitamina C são ainda excelentes fontes de flavonoides, com as antocianinas, que podem desempenhar um papel fundamental na prevenção de infeções do trato respiratório superior.

Vitaminas de A a K: variedade de alimentos
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3.

Iogurte

Dois frascos de iogurte magro

O iogurte – ou mais precisamente os probióticos lá presentes – pode não só contribuir para o normal funcionamento do sistema imunitário, mas também para impedir o crescimento de bactérias prejudiciais no intestino). Para além disso, alguns probióticos parecem aumentar a produção de anticorpos e de células da imunidade específica.

Um estudo realizado em 570 crianças concluiu que a toma da estirpe Lactobacillus GG contribuiu para reduzir a frequência e severidades das infeções respiratórias em 17%.

Os alimentos ricos em probióticos são o iogurte, kefir, chucrute, tempeh, kimchi, miso, kombucha, pickles, natto, manteiga tradicional e alguns tipos de queijo como o gouda, mozarela, cheddar e cottage.

4.

Mel

Frasco com mel em cima de mesa

Uma das principais causas de tosse são as infeções do trato respiratório superior, que afetam não só a qualidade de vida das crianças, mas também dos pais.

Neste sentido, o estudo do efeito do mel na tosse aguda tem vindo a crescer de tal forma que os seus resultados geraram recomendações específicas da Organização Mundial de Saúde em 2001.

Ao que parece, uma toma única de mel parece reduzir a infamação da mucosa, diminuir a formação de muco e o número de episódios de tosse, efeito provavelmente associado aos seus efeitos antioxidantes e à sua capacidade para promover a libertação de citocinas com propriedades antimicrobianas.

Com efeito, o mel parece ser uma boa escolha no tratamento da tosse aguda, de acordo com a evidência científica disponível, havendo inclusive quem sugira que este composto é mais útil na redução da tosse do que fármacos como o dextrometorfano e a difenidramina.

5.

Líquidos

encher o copo com água

Manter-se hidratado é uma das principais armas que temos à nossa disposição no combate a gripes e constipações.

Em primeiro lugar, a ingestão de água é necessária para a manutenção da temperatura corporal o que numa doença em que a febre e a sudorese intensa são sintomas frequentes, é de extrema importância. O estado de hidratação é um fator crucial na regulação da temperatura corporal.

À medida que o corpo perde água através do suor, o sangue vai ficando mais espesso e o esforço cardíaco é maior. Para além disso, há perdas de eletrólitos através do suor, aumentando o risco de alterações nos batimentos cardíacos, confusão mental, fraqueza muscular e cãibras.

Por outro lado, o corpo utiliza a água como forma de excreção de “lixo” celular através do suor, urina e fezes. A ingestão de água promove a principal função dos rins, que é filtrar e eliminar os produtos tóxicos do metabolismo através da urina.

A utilização de eletrólitos para contrariar as perdas através do suor e manter a água dentro do corpo é uma estratégia muito utilizada, podendo recorrer-se ainda à água de coco, rica em potássio, cloro e sódio para este fim.

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