A Doença de Alzheimer é considerada a forma mais comum de demência, constituindo entre 50 a 70% dos casos. Estima-se que em Portugal existam cerca de 130.000 pessoas com esta doença, para já, sem cura à vista.
Este tipo de demência provoca uma deterioração generalizada, progressiva e irreversível de determinadas funções cognitivas, nomeadamente a memória, atenção, linguagem, concentração e pensamento.
Com efeito, a aposta em alimentos para combater a demência, ricos em nutrientes essenciais, poderá ser determinante para travar o avanço da doença.
Além da ingestão destes alimentos, deve evitar alimentos ricos em açúcar e gorduras saturadas, praticar exercício físico e mental e minimizar os níveis de stress, visto que estes fatores parecem promover o aparecimento deste tipo de demência.
Por outro lado, a alimentação e adoção de um estilo de vida saudável é também importante na prevenção desta doença, uma vez que ainda não existe nenhuma terapêutica médica preventiva da mesma.
Nutrientes e Alimentos para combater a demência
De um modo geral, os doentes com Alzheimer apresentam deficiências em vários nutrientes protetores, nomeadamente: selénio, vitaminas do complexo B, vitamina C, Vitamina E e vitamina K, ácidos gordos e ómega 3.
No entanto, aconselha-se a ingestão das doses diárias recomendadas para estes nutrientes através da alimentação, visto que a suplementação, em alguns dos casos, é ainda controversa.
1. Vitamina C: citrinos e hortícolas
A vitamina C parece ter uma função protetora contra o declínio cognitivo relacionado com a idade e com a doença, sendo uma vitamina importante tanto a nível preventivo como após o diagnóstico.
Tal facto deve-se ao potencial antioxidante da vitamina C e à sua importância na síntese de neurotransmissores (substâncias necessárias a uma comunicação eficaz entre neurónios e um bom funcionamento cognitivo).
Como tal, alimentos ricos nesta vitamina estão no topo desta lista de alimentos para combater a demência, na medida em que protegem os neurónios do stress oxidativo provocado por radicais livres, substâncias que oxidam e envelhecem as células cerebrais.
Estes radicais livres tanto podem ser produzidos naturalmente pelo organismo como introduzidos através de fontes externas como exposição solar, poluição, stress, ingestão de bebidas alcoólicas e tabaco.
Kiwi, laranja, morangos, couve portuguesa, pimento e brócolos são, então, alimentos em que deve apostar para combater a demência.
2. Vitamina E: azeite, sementes e frutos oleaginosos
A vitamina E é um nutriente importante para o funcionamento dos neurónios, uma vez que é um dos constituintes da membrana destas células e um potente antioxidante.
Dentro dos alimentos fornecedores desta vitamina estão o azeite, as sementes de girassol, as nozes, amêndoas e avelãs e os cremes vegetais para barrar.
3. Vitamina D: peixes gordos
Recentemente, tem surgido evidência científica que demonstra que a vitamina D beneficia o desempenho cognitivo, sendo que valores baixos desta vitamina estão associados a um maior risco de desenvolver demências, incluindo o Alzheimer.
A vitamina D pode ser encontrada nos peixes gordos, ovos e em pequena escala nos lacticínios. Além de aumentar o consumo deste tipo de alimentos, deve também aumentar a exposição solar de forma controlada.
4. Selénio: bacalhau, frango e ovo
O selénio desempenha um papel preponderante no combate ao stresse oxidativo, sendo um potente antioxidante. Como tal, é particularmente relevante na prevenção e progressão da doença de Alzheimer.
Este mineral pode ser encontrado em alimentos como o bacalhau, o peito de frango e o ovo.
5. Ácidos gordos Ómega-3: peixes gordos, frutos gordos e sementes
Vários estudos realizados neste âmbito mostraram existir uma influência positiva dos ácidos gordos ómega-3 no atraso do declínio cognitivo e na progressão da demência tipo Alzheimer.
Efetivamente, este tipo de ácidos gordos tem uma ação anti-inflamatória essencial à prevenção e ao retardar da doença.
Os ácidos gordos ómega-3 estão amplamente disseminados na alimentação, sendo exemplo de alimentos que os contêm, como a sardinha, salmão e cavala, os frutos gordos, principalmente as nozes e as sementes, mais concretamente de linhaça e de chia.
6. Antioxidantes: frutas e hortícolas
Além das vitaminas e minerais com ação antioxidante, existem outros compostos presentes na fruta e hortícolas que também apresentam esta propriedade.
Os frutos vermelhos (framboesas, mirtilos, morangos ou amoras) são um bom exemplo de alimentos rico em antioxidantes, que neutralizam e combatem os radicais livres.
7. Cafeína: chá e café
Estudos recentes têm demonstrado que a cafeína, quando consumida regularmente, tem efeitos benéficos contra algumas perturbações neurológicas, entre as quais a demência tipo Alzheimer.
Neste sentido, alimentos como o café e o chá, graças ao teor de cafeína, são um estimulante psicoativo que resulta num maior estado de alerta e melhor desempenho cognitivo.
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar recomenda, no entanto que não se ultrapasse uma ingestão de 400mg de cafeína por dia.
Top 10 melhores alimentos para combater a demência tipo Alzheimer
- Citrinos (laranja, kiwi, tangerina)
- Frutos Vermelhos (mirtilos, framboesas, morangos)
- Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs)
- Peixes Gordos (salmão, sardinhas, cavala)
- Bacalhau
- Sementes de chia e linhaça
- Legumes / Hortícolas
- Ovos
- Azeite
- Chá e café
E quando os doentes não querem comer?
A anorexia é um problema que surge sobretudo num estado mais avançado da doença: os doentes deixam de ter apetite ou de conseguir engolir ou mastigar.
Nestes casos, deve estimular-se o apetite do doente através de pratos do seu agrado e refeições relaxadas, sem pressas e livres de distrações e sem barulho.
Importante também é tornar o prato sensorialmente apelativo, através das cores, consistências e aromas.
Outras estratégias passam por oferecer várias pequenas refeições ao longo do dia, com sabores familiares, bem como cortar a comida em pequenas porções de maneira a que os doentes possam utilizar apenas a colher para comer.
Em último caso, deve recorrer a suplementos proteico-energéticos orais para evitar a desnutrição.