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Os organismos geneticamente modificados estão na ordem do dia e constituem um tema que suscita ainda muitas dúvidas. Como tal, e porque é muito importante que esteja bem informado para fazer as suas escolhas alimentares de forma plenamente consciente, vamos indicar-lhe alguns alimentos geneticamente modificados que provavelmente desconhecia.
O que são organismos geneticamente modificados?
De acordo com a Direção Geral de Saúde (DGS), os organismos geneticamente modificados (OGM’s) ou transgénicos podem ser definidos como “organismos (plantas ou animais) nos quais o material genético (DNA) foi alterado de um modo que não ocorre na natureza por reprodução ou recombinação natural”.
Quando apenas se altera o material genético original de um alimento ele é apenas um organismo geneticamente modificado. Quando se transfere genes de um organismo para outro, mesmo em espécies não relacionadas, com o objetivo de acrescentar características novas e/ou vantajosas à espécie que os recebe, estes alimentos são considerados transgénicos.
Esta técnica tem como principal objetivo, em particular nos alimentos de origem vegetal, gerar variedades mais produtivas, mais nutritivas, resistentes a doenças e pragas, e mais tolerantes a agressões externas, como por exemplo alterações climáticas.
Atualmente, existem cerca de 26 espécies vegetais transgénicas aprovadas comercialmente, sendo que as modificações genéticas aplicadas promovem uma maior resistência aos herbicidas, aos insetos, a vírus, a condições ambientais adversas, entre outras (1).
Os organismos geneticamente modificados são seguros para a saúde?
O primeiro mito que se levanta quando se fala em alimentos geneticamente modificados é que estes podem não ser seguros para a saúde humana.
No entanto, e de acordo com a evidência científica, não há margem para dúvidas: os organismos geneticamente modificados são seguros do ponto de vista alimentar, quer para animais como para humanos.
Com efeito, são vários os estudos e as instituições de renome que demostram a segurança destes alimentos para a saúde humana, uma das quais a American Association for the Advancement of Sciences, a instituição responsável pela revista Science, que diz: “A melhoria das culturas agrícolas pelas técnicas modernas de manipulação genética é segura. (..) Consumir alimentos contendo ingredientes derivados de culturas transgénicas não é mais arriscado do que consumir os mesmos alimentos que contêm ingredientes de plantas cultivadas modificadas por técnicas convencionais de melhoramento de plantas. Por outro lado, as modificações genéticas podem ter um impacto muito positivo a nível da saúde”.
Para além disso, outra garantia de segurança é que na Europa, os OGM’S são regulados legalmente de forma específica, prevendo a aplicação de requisitos de rastreabilidade e rotulagem.
No que se refere à rastreabilidade, a Comissão propôs regras para possibilitar que os produtos ao longo das cadeias de produção e distribuição possam ser localizados e identificados, sendo controladas e verificadas as menções (frases) de rotulagem nos produtos que contêm OGM’s, de modo a possibilitar uma escolha informada do consumidor (2).
6 alimentos geneticamente modificados que provavelmente desconhecia
Se o milho é um caso de um alimento geneticamente modificado amplamente conhecido, apresentamos-lhe agora outros alimentos geneticamente modificados que provavelmente desconhecia. ´
1. Aspartame
O aspartame é um adoçante isento de valor energético, muito utilizado para substituir o açúcar, em particular em regimes de controlo de peso, em alimentos como bolos, bolachas, iogurtes, refrigerantes, entre outros.
É um composto químico artificial, manipulado em laboratório, através da combinação de vários outros compostos químicos.
2. Óleos vegetais
Os óleos vegetais refinados estão em quase todos os alimentos que contêm gorduras vegetais, nomeadamente bolachas, bolos, produtos de pastelaria, entre outros.
De soja, colza, milho, palma, girassol ou amendoim, os óleos vegetais são normalmente manipulados geneticamente, a menos que sejam produtos biológicos ou indicarem ser livres de organismos geneticamente modificados (3).
3. Soja
É um dos alimentos mais consumidos por vegetarianos (e não só), sendo a uma fonte de proteína muito interessante. Tirando a soja de produção biológica, cerca de 70% da soja produzida a nível mundial é geneticamente modificada de modo a ser mais resistente a herbicidas.
4. Tomate
Outro dos alimentos geneticamente modificados que provavelmente desconhecia e que consome com regularidade é o tomate. O tomate convencional necessita de ser apanhado antes de estar maduro, de modo a ser transportado para venda.
As desvantagens de ser apanhado verde residem no facto de o sabor do tomate estar relacionado com o tempo que passa com a planta mãe e na necessidade do tomate ser tratado com etileno para amadurecer.
Com a engenharia genética, é atualmente possível obter um tomate maduro mas que perde mais lentamente a sua rigidez. Deste modo, resiste melhor ao transporte, podendo ficar mais tempo na planta para desenvolver sabor.
5. Papaia
Cerca de 85% da papaia produzida e também exportada dos Estados Unidos é modificada geneticamente com o intuito de combater um vírus que é devastador para a planta (4).
6. Arroz dourado
Por último, nesta lista de alimentos geneticamente modificados que provavelmente desconhecia temos o arroz. Apesar de ainda não ter chegado a Portugal, nos últimos anos, a engenharia genética desenvolveu o famoso arroz dourado para colmatar carências nutricionais de vitamina A que se verificam nas populações que dependem largamente do arroz como base nutricional (1,3).
Resumidamente, trata-se de um arroz que incorpora um gene modificado que lhe permite realizar a biossíntese de betacaroteno, fornecendo-o em larga escala às populações que o consomem.
1. Scimed. (2018). “Transgénicos…a Caricatura do Poder da Promoção do Medo”. Disponível em:
https://www.scimed.pt/geral/transgenicos-a-caricatura-do-poder-da-promocao-do-medo/
2. Credible Hulk. (2015). “The International Scientific Consensus On Genetically Engineered Food Safety”. Disponível em:
https://www.crediblehulk.org/index.php/2015/11/22/the-international-scientific-consensus-on-genetically-engineered-food-safety/
3. Alimentos transgénicos que (provavelmente) consome sem saber. (2003). Disponível em:
http://visao.sapo.pt/ambiente/agricultura/alimentos-transgenicos-que-provavelmente-consome-sem-saber=f751292
4. Caldeira, Ana Rita. (2002). “Alimentos Geneticamente Modificados de Origem Vegetal – O seu impacto na saúde”. Disponível em:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/54482/6/67672_02-06T_TL_01_P.pdf