A alcachofra é um dos alimentos símbolo da Dieta Mediterrânica e um dos vegetais mais antigos e comummente cultivados.
As suas folhas e raízes são muito usadas para fazer extratos que contêm alta concentração de certos compostos biológicos encontrados na planta, de que são exemplo os fitoquímicos, substâncias com capacidade reguladora no organismo. Deste modo, podemos considerar que a alcachofra tem propriedades terapêuticas.
Do ponto de vista nutricional, a alcachofra fornece poucas calorias (47 Kcal/100g) e muito pouca gordura, mas possui uma grande riqueza em vitaminas e minerais. É ainda rica em fibra e em fitoquímicos.
Uma alcachofra (cerca de 128g) fornece 28% da quantidade diária recomendada de fibra (7g), 22% da quantidade diária recomendada de ácido fólico (87µg) e 25% da vitamina C (15mg) que necessitamos por dia. Fornece ainda outras vitaminas do complexo B e inúmeros minerais em quantidades apreciáveis.
A parte da alcachofra que consumimos é constituída pelas cabeças que se apanham antes de florescerem. No entanto, atualmente, sabe-se que as folhas (não as cabeças) são a parte da alcachofra mais rica em compostos biológicos e, portanto, aquela com mais propriedades terapêuticas.
Alcachofra: propriedades terapêuticas
Como já referido anteriormente, a alcachofra tem propriedades consideradas terapêuticas, nomeadamente a nível do fígado.
De facto, devido aos seus fitoquímicos e à sua capacidade regeneradora do fígado, este alimento ajuda na prevenção de doenças relacionadas com este órgão e pode ser utilizada em caso de intoxicações crónicas derivadas de má alimentação ou da utilização excessiva de medicamentos ou álcool.
A cinarina e outros compostos presentes nas folhas da alcachofra estimulam a secreção biliar, auxiliando, desta forma, a digestão e o bom funcionamento do trânsito intestinal. Neste constexto, também a dispepsia (má digestão) pode ser aliviada perante o seu consumo.
Juntamente com a pectina (fibra também presente nesta planta), a cinarina reduz os níveis de colesterol, a absorção de gorduras (diminuindo a acumulação de gordura no organismo) e ajuda na regulação da glicemia (açúcar no sangue), prevenindo, assim, a ocorrência de doenças cardiovasculares e diabetes.
Além destas propriedades, a alcachofra é também considerada um alimento afrodisíaco.
Assim, as suas principais indicações são em situações de:
- Má digestão;
- Problemas de vesícula e fígado;
- Intoxicações por má alimentação, medicamentos ou álcool;
- Dislipidemia (colesterol ou triglicéridos elevados);
- Ácido úrico elevado;
- Inflamações;
- Problemas nos rins;
- Retenção de líquidos;
- Anemia;
- Cálculos biliares;
- Libido reduzida.
Recentemente, o uso da alcachofra como suplemento para dietas de controlo de peso, tornou-se popular. Existe inclusivé uma “dieta da alcachofra”. Assim, em qualquer farmácia, loja de produtos naturais, ou até mesmo no supermercado pode encontrar cápsulas e comprimidos de alcachofra à venda.
De facto, a esta planta tem vindo a ser adicionada a dietas para perda de peso devido ao seu efeito depurativo e diurético, que auxilia a eliminação de líquidos, diminui os edemas e evita a absorção e consequente acumulação de gordura no organismo.
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No entanto, não existe evidência científica suficiente para o uso dos comprimidos de alcachofra na perda de peso, uma vez que estes comprimidos são diuréticos, ou seja, previnem a retenção de líquidos no organismo e não fazem propriamente emagrecer (perder massa gorda).
Apesar de poder ser consumida em diversas formas, esta planta ainda não é habitual na nossa alimentação. E mesmo aqueles que já consomem preferem aproveitar as propriedades da alcachofra através do seu chá, cápsulas ou outras formas e não propriamente através do consumo da planta.
Contraindicações da alcachofra
A alcachofra está contraindicada em situações de:
1. Amamentação
Devido ao sabor amargo, as cápsulas de alcachofra estão contraindicadas durante a amamentação, pois conferem um sabor desagradável ao leite.
2. Obstrução das vias biliares
Ao incentivar a formação de ácidos biliares, também é contraindicado o consumo de alcachofra em caso de obstrução das vias biliares.
3. Sensibilidade ou alergia
Existem pessoas hipersensíveis que podem ser alérgicas aos extratos da alcachofra, desenvolvendo uma irritação na pele ou outro tipo de reação dermatológica.